(Por Jamille Pinheiro) – Caravanas de estudantes, ativistas, políticos e intelectuais já aportam em Belém do Pará para a próxima edição do Fórum Social Mundial, que será sediada na cidade entre os dias 27 de janeiro a 1° de fevereiro próximos, nos campi das UFPA e UFRA. Em meio a debates quentes sobre temas como sustentabilidade, movimentos sociais e aquecimento global, devem rolar, sim, oportunidades preciosas para desfrutar de passeios inusitados na cidade – que, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, vai estar calibrada com a presença de visitantes de mais de 150 países diferentes.

Assim, para quem já está na “mangueirosa” ou de mochila pronta para seguir o rumo do Norte do País, vale lembrar que nem só Ver-O-Peso, Basílica de Nazaré, Casa das Onze Janelas, Mangal das Garças e Estação das Docas fazem de Belém um lugar “pai d-égua”. Cartões-postais fundamentais da capital paraense, tais lugares devem certamente integrar seu itinerário básico durante a passagem por lá; mas não são poucas as esquinas da metrópole da Amazônia, para além dos estereótipos, que podem surpreendê-lo. Seja criativo e monte seu próprio roteiro com as dicas a seguir!

1. Saudosa Maloca

Eis um programa barato e apetitoso que mesmo muitos paraenses não aproveitam. Imagine pagar cerca de R$ 3 reais para entrar em um barquinho “popopô”, atravessar as águas da Baía do Guajará, experimentar uma visão panorâmica de um largo trecho da orla do Belém e chegar, em menos de trinta minutos, a um restaurante rústico e familiar que é um dos segredos mais charmosos da Ilha do Combu: a encantadora Saudosa Maloca.

Pisando lá, você vai se deparar com um sítio que abriga um salão em formato de maloca, onde turmas de amigos e famílias costumam saborear a paisagem, caipirinhas, cervejas e longas conversas. Dá também para tomar um banho de rio e pegar um sol. A comida merece elogios: a boa do cardápio são os pescados, com pratiqueira frita, pirarucu na brasa e filhote no tucupi com jambu tomando conta do pódio. Vale permanecer na Saudosa tarde adentro – tempo suficiente para presenciar um belo pôr-do-sol.

Para ir até lá, anote estas dicas: vá ao pequenino porto da praça Princesa Isabel, no Condor, e troque uma ideia com os rapazes que costumam ficar próximos aos barquinhos. Se não forem pilotos das embarcações, sabem como chamá-los. Ligue antes para saber se a Saudosa estará aberta e tome cuidado ao deixar pertences de grande valor dentro do carro na praça. Já houve casos de furtos dentro de veículos no local.

Serviço
Saudosa Maloca
Endereço: Ilha do Combu ,s/n – embarque no porto da praça Princesa Isabel
Bairro: Condor
Telefone: (91) 9982-2063/ 9982-3396
Lugares: 150
Aberta ao sábados, domingos e feriados

2. Portinha

Difícil é não acumular alguns quilinhos durante uma ida a Belém. A culinária é um dos fortes da cidade e encará-la sem dó implica em abraçar alguns milhares de calorias. Quem está nessa vibe tem que correr para a Portinha, uma micro-lanchonete na Cidade Velha, no centro histórico belenense, que não tem nem placa, mas que lota tanto que é impossível não achá-la, especialmente aos fins de tarde de domingo.

O lugar tem capacidade para seis pessoas sentadas, mas sempre transborda dezenas para a calçada. A disputa para chegar ao balcão é grande, tamanha a lotação. Culpa dos salgados da Portinha, preparados geralmente com ingredientes bem paraenses. As esfihas de camarão com jambu, o pastel folheado de pupunha com linguicinha defumada, o pastel de forno com bacon, jambu e queijo cuia e a coxinha de galinha com massa de macaxeira são orgasmáticas. Pratos típicos como tacacá, maniçoba e vatapá também são vendidos por lá.

Serviço
Portinha
Endereço: Rua Dr. Malcher, 463, entre Gurupá e Pedro de Albuquerque.
Bairro: Cidade Velha
Telefone: (91) 3223-0922
Lugares: 6 (!)
Aberta de quinta a domingo, das 17 às 22h

3. Praça do Carmo

Esta pracinha de clima bucólico nasceu circundando a Igreja do Carmo, construção neoclássica do século XVII. Só que há muito ela também tem um quê profano alimentado pelo tradicional bar Nosso Recanto, um dos mais gostosos pontos dos boêmios a fim de um bom papo na cidade.

O barzinho é simples, mas diverte com a cerveja gelada e a trilha sonora, que abarca sambinhas antigos e músicas de corno em geral. As mesas são dispostas em meio à praça e o cenário lembra bem o de uma cidadezinha de interior, além de fazer bater uma bela nostalgia da Belém antiga.

Mais recentemente, foi inaugurada quase ao lado do Nosso Recanto a boate Sarajevo, antigo Mansuá, dividida entre dois ambientes: a pista de dança, fechada, e uma área externa, com vista para o rio. O coletivo Dançum se Rasgum – responsável pelo Festival Se Rasgum, hoje o evento mais representativo do calendário da música independente no Norte do Brasil – anda realizando festas por lá, que misturam de rock a funk, ska, cumbia, eletrônico e gêneros brasileiros e latinos em geral. Para quem precisa sossegar o estômago antes de rebolar, vale provar o caldinho de tucupi ou as tapioquinhas da casa.

Serviço
Sarajevo
Endereço: Praça do Carmo
Bairro: Cidade Velha
Telefone: (91) 8162-0295 / 8112-9783

Bar Nosso Recanto
Endereço: Praça do Carmo
Telefone: (91) 3242-8418

4. Taberna São Jorge

Outro dos bares mais charmosos da cidade, a Taberna São Jorge é de propriedade da fotógrafa Walda Marques, razão pela qual se tornou mais conhecido em Belém como Bar da Walda. A decoração chama a atenção, reunindo muitas fotografias, referências católicas e a São Jorge, além de objetos como um rádio vintage e um baleiro. Lembrando as tabernas do antigo Centro de Belém, tem um cardápio não é dos mais baratos, mas vale desembolsar uns reais a mais. O sanduíche de filé com queijo do marajó, o bolinho de feijão frito e o arroz-de-carreteiro são boas pedidas.

Serviço:
Taberna São Jorge
Endereço: Travessa Joaquim Távora, 438, esquina com a Rua Rodrigo dos Santos.
Bairro: Cidade Velha
Telefone: (91) 3224-3476

5. Xícara da Silva e Pizzaria Vitória

Você está proibido de sair de Belém sem experimentar uma pizza com a cara da cidade: a de jambu,
folha famosa por provocar tremor nos lábios e adormecer a língua. Restaurantes como o Xícara da Silva e a Pizzaria Vitória servem exemplares deliciosos da redonda desta planta nativa da Amazônia, que também é presença básica em pratos como o Pato no Tucupi e o Tacacá. A pizza vem ainda com camarão mergulhado no tucupi. O jambu é servido cru.

Serviço
Xícara da Silva
Endereço: Av. Visconde de Souza Franco, 978a
Bairro: Umarizal
Telefone: (91) 3241-0167
Aberto de segunda a domingo, de 18h30 às 0h

Pizzaria Vitória
Endereço: Avenida Conselheiro Furtado,1163
Bairro: Nazaré
Telefone: (91) 3242-4141
Horário:17h às 23h15

Pizzaria Vitória
Endereço: Rua Quinze de Agosto (Quarta Rua), 438
Distrito de Icoaraci
Telefone: (91) 3227-1687
Lugares: 70
Horário:17h às 23h45

6. Palafita

Ver o sol se pôr da Palafita, à beira da Baía do Guajará, é um dos privilégios de quem vive Belém. Reggae, MPB e rock costumam fazer o som do bar. Cerveja barata, porções individuais de maniçoba e tacacá e o petisco de pasteizinhos de pato são também chamarizes da casa.

Serviço:
Palafita
Endereço: Rua Siqueira Mendes, 264 – em frente à Catedral da Sé
Bairro: Cidade Velha
Telefone: (91) 3212-6302
Horário:12h até o último cliente

7. Bar do Gilson
Prefere samba e chorinho? O Bar do Gilson, desde 1987, é parada obrigatória para os amantes desses gêneros. De tanta gente que atraiu, muitos nem desconfiam de que estão, na verdade, no quintal do dono do bar, que o decorou com fotografias, caricaturas e quadros mil. Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Sivuca já estiveram por lá e aprovaram. No bar, enquanto dança junto aos chorões e bambas da cidade, experimente o charque refogado com macaxeira frita, o caldo de feijão e o pirarucu frito. O melhor dia para visitar o badalado quintal de Gilson é domingo, a partir das 15h.

Serviço:
Bar do Gilson
Endereço: Travessa Padre Eutíquio, 3172
Bairro: Condor
Telefone: (91) 3272-7306


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Visite cantos inusitados de Belém durante Fórum Social