Dois homens, um deles com um câncer terminal, formaram nesta segunda-feira o casal do primeiro matrimônio homossexual registrado no Uruguai em cerimônia que aconteceu “de última hora” em um centro médico de Montevidéu.

A união, informou a imprensa local, foi celebrada no dia em que entrou em vigor a lei de casamento igualitário no Uruguai. O Registro Civil autorizou o doente de câncer e seu companheiro a se casarem sem cumprir o requisito de solicitação prévia.

O casal, que está junto há décadas, recebeu as autoridades em um quarto do hospital e ali mesmo se transformaram em esposos.

O diretor do Registro Civil, Adolfo Orellano, confirmou ao jornal “El Observador” que neste casamento não houve “uma extrema alegria”, já que aconteceu por “um componente médico” e com uma pessoa em situação terminal.

A oficial do escritório 1º do Registro Civil, Luísa Salaberry, recebeu um relatório médico hoje que atestava o estado de iminente perigo de morte de um dos noivos e foi imediatamente ao hospital para realizar a cerimônia.

“Foi muito emotivo, muito emotivo”, disse a oficial à imprensa após a celebração, antes de destacar que o doente estava “muito lúcido” durante o ato.

“O casamento de última hora é feito quando as condições de saúde não permitem realizar o trâmite normal que requer uma espera de nove dias úteis entre a inscrição e a oficialização. O casamento precisou esperar a entrada em vigor da lei do casamento igualitário, apesar de um dos noivos estar bastante doente”, explicou Salaberry.

Rodeada de jornalistas que foram ao cartório, Sergio Miranda, uma das primeiras pessoas a dar entrada nos papéis para o casamento, destacou que este “é um dia de muita alegria, emoção e responsabilidade” e opinou que o Uruguai está dando ao mundo “um sinal que todos somos iguais, mesmo que ainda haja em outros países leis que oprimem e perseguem os homossexuais”.

Seu noivo, Rodrigo Borda, explicou que decidiram dar visibilidade a este momento para desmistificar as relações homossexuais para que todas as pessoas “não só se sintam incluídas, mas também incluam”.

A lei uruguaia aprovada em abril determina que a instituição do casamento “implicará a união de dois cônjuges, qualquer que seja a identidade de gênero ou orientação sexual, nos mesmos termos, com iguais efeitos e formas de dissolução estabelecidas no Código Civil”.

 


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Uruguai celebra 1º casamento gay do país entre doente terminal e seu noivo