Um tratamento biológico somado à quimioterapia, que representa o primeiro grande avanço em uma década contra o câncer de ovário, reduz em 52% a progressão deste tumor.
Este é o resultado da fase três do estudo “Oceans“, no qual foram analisadas cerca de 500 pacientes recorrentes e sensíveis à quimioterapia à base de platina.
A médica Carol Aghajanian, do Centro Oncológico do Memorial Sloan-Kettering de Nova York e coordenadora da pesquisa, apresentou os resultados na 47ª reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês), realizado em Chicago.
Aghajanian descreveu que o uso do princípio ativo bevacizumab somado à quimioterapia, seguido do citado antiangiogênico sozinho, permite diminuir o tamanho do tumor e aumentar a sobrevivência sem que este progrida por um período superior a um ano.
Em declarações à Agência Efe, o médico Andrés Poveda, do Instituto Valenciano de Oncologia e fundador do Grupo Espanhol de Pesquisa de Câncer de Ovário (GEICO), lembrou que as pacientes com essa doença convivem com poucas opções terapêuticas e um alto risco de reincidência.
Quando o câncer reaparece, o objetivo do tratamento deve ser controlar o tumor, procurando retardar a progressão e dando maior qualidade de vida possível a paciente.
De acordo com os especialistas, a descoberta “abre uma porta à esperança” para estas pacientes, que têm de enfrentar os tumores ginecológicos – ovários, útero e cólo – com a maior taxa de mortalidade.
Os resultados da pesquisa revelam que as que receberam quimioterapia e bevacizumab seguido do antiangiogênico sozinho reduziram em 52% o risco de progressão da doença frente às tratadas unicamente com quimioterapia.