(Da redação) Há dois anos, os moradores do bairro de Pinheiros, zona sul de São Paulo, e os familiares das sete vítimas fatais vivenciavam o drama do deslizamento da cratera do metrô que afetou ruas, casas, veículos e comércios. No segundo aniversário da tragédia ocorrida em 12 de janeiro de 2007, os prejudicados ainda se queixam dos problemas e das pequenas indenizações pegas pela Via Amarela, consórcio responsável pela construção e exploração da linha 4 do Metrô.

Morador da região, o espanhol Fidel Montes ficou impossibilitado de voltar para casa durante três meses, tempo em que viveu num hotel. Durante o período, não pôde abrir o comércio, o que resultou num considerável prejuízo. Ele alega que a indenização paga pela Via Amarela foi um mixaria e que só aceitou por pressão da família. Atualmente, Montes é obrigado a compartilhar o sono com o barulho dos caminhões que circulam pelo local durante a madrugada e precisa conviver com as rachaduras que crescem pelas paredes de sua casa.

Outra pessoa que se queixa dos barulhos noturnos é a comerciante Silvia Rossano. Durante o tempo que precisou ficar num hotel, ela disse ter engordado seis quilos.

José Carlos de Oliveira, sócio em um estacionamento, teve o local engolido pelo deslocamento da terra para dentro do buraco. Hoje, ele toma conta de carros na rua e aluga algumas garagens na vizinhança. Ele diz que se antes era um microempresário, agora é quase um flanelinha.

Na semana passada, o promotor Arnaldo Hossepian Junior protocolou na 1ª Vara Criminal de Pinheiros, em São Paulo, um documento em que denuncia 13 pessoas ligadas ao consórcio e ao Metrô como responsáveis pelo acidente nas obras da linha 4. Ele acusa os engenheiros envolvidos de negligência e imprudência, e diz que a tragédia poderia ter sido evitada.

(com informações do UOL)

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