É dessa “química explosiva”, que tem o homem, o território, a história e a cultura como perigosíssimos ingredientes, que surge mais um capítulo dessa. No último dia 10 de março, data em que se comemora o 49º aniversário de um fracassado levante tibetano contra o domínio chinês, as manifestações que inúmeros monges e tibetanos fizeram na não poderia ter terminado de outra forma. Fumaça e lágrimas, gritos surdos e feridas escaldantes. Com um resultado de 80 manifestantes mortos, segundo o governo exilado e liderado por Dalai Lama, ou 16 mortos, segundo o governo da região, que é ligado a Pequim.

A crise não se restringe às questões de etnias ou passadas, ela também tem enfoque econômico e atual. Não são poucos os tibetanos que se sentem excluídos de todo o avanço econômico desfrutados por outras províncias costeiras da China. Outro ponto tenso é o crescente número de chineses da etnia han que chegam à região e conseguem melhores empregos, processo que desagrada a todos os tibetanos.

A tensão não promete acabar por aí. Um dos principais pontos da política chinesa é a unidade territorial aliando-se a estabilidade e ao desenvolvimento econômico. Com a perspectiva de uma política de unidade territorial chinesa e os força cultural e histórica do Tibete, essa inútil queda de braço promete mais mortes e nenhuma solução, menos palavras como forma de discussão, nem respeito ou tradição.

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Tensão entre os territórios está longe do fim

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