As Olimpíadas podem ter ido embora, mas as Paralímpiadas estão aí e você precisa torcer pelo Brasil. Seu espírito olímpico simplesmente não pode ter ido embora tão rápido! Pode não ter Michael Phelps ou Simone Biles, mas tem um time ma-ra-vi-lho-so de brasileiros que você tem que apoiar. Afinal, eles detém uma chuva de medalhas, simplesmente arrasam em seus respectivos esportes e tem histórias de superação que vão servir de lição para o resto da sua vida.
Esse é o caso da atleta Terezinha Guilhermina, que é cega e velocista brasileira, especialista nas corridas de 100 metros rasos, 200 metros rasos e 400 metros rasos. Atualmente com 37 anos, ela só começou a correr aos 22 anos. Nessa carreira de 15 anos, ela já conquistou 3 vezes a medalhe de ouro, uma prata e dois bronzes nos Jogos Paralímpicos.
Terezinha tem retinose pigmentar, uma deficiência congênita que a fez perder com o tempo a pouca visão que tinha. Nascida em Betim, em Minas Gerais, ela vem de família humilde e tem 12 irmãos, sendo que cinco também tem deficiência visual. Sua primeira experiência com o esporte não foi com o atletismo, mas com a natação.
“Comecei nadando, porque na época eu tinha um maiô, mas não tinha nenhum recurso para comprar tênis”, relembrou a atleta em entrevista ao Comitê Paralímpico Internacional. “Quando cheguei em casa, após minha primeira aula de natação, eu disse para minha irmã que queria correr e não nada, mas eu precisava de tênis. Minha irmã imediatamente disse que tinha um par e perguntou se eu queria. Claro que aceitei”, contou.
Guilhermina fez sua estreia internacional na World Championships em Lille, na França, em 2002. Lá começou sua história para ser a velocista de maior sucesso entre os atletas paratletas. “Quando comecei, aos 22 anos, eu era uma das mais jovens. Agora, muitas das minhas oponentes tem 18 anos e tempos excelentes”, afirmou, antes de dizer que teve que treinar muito mais para conseguir competir na Rio 2016.
Atualmente, ela é treinada pelo técnico Amauri Veríssimo, que também treina o velocista Lucas Prado. Para correr nas classes T1 e T2, precisa de um guia, que é o atleta Guilherme Santana.
Em 2015, Guilhermina teve a oportunidade de realizar um sonho e foi guiada por ninguém menos do que o jamaicano Usain Bolt, que se consagrou na Rio 2016 com três ouros. O encontro dos dois grandes nomes do atletismo mundial aconteceu durante uma exibição da modalidade realizada no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro, em 2015.
“Ter o melhor do mundo como guia por alguns instantes foi a realização de um sonho. Sempre quis conhecê-lo, é um atleta que eu respeito muito. Eu perguntei para ele se ele enxergava. Aí, eu disse: ‘então, tá! Você enxerga e eu corro'”, disse a paratleta na ocasião.
Na ocasião, o atleta esteve no Brasil para participar de ação promocional do Desafio Mano a Mano, e foi o guia para a brasileira na prova de 50 m. Foi um “treino” e uma emoção e tanto para a velocista.
Terezinha é uma das principais esperanças de medalhas na Rio 2016. Tem certeza absoluta que você não vai querer acompanhar essa pessoa maravilhosa nos Jogos Paralímpicos? As Paralimpíadas começam no dia 7 de setembro e tem ingressos à venda a partir de R$ 10.
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