Casal revela como o swing ajudou a reacender desejo na relação (Foto: Diuvlgação)
O sexo na terceira idade ainda é um tabu para muitas pessoas, mas a verdade é que ele pode ser tão prazeroso e intenso quanto em qualquer outra fase da vida. Com o aumento da longevidade e da qualidade de vida, muitos casais têm buscado novas formas de manter o desejo e a conexão ativa. Dentro desse cenário, o swing surge como uma possibilidade para casais que desejam explorar sua sexualidade de maneira livre e consensual, sem abrir mão do respeito e da cumplicidade.
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Fernando e Fátima, conhecidos como Casal Pimenta Rio, são referência no meio liberal e, casados há 26 anos, compartilham suas experiências e reflexões sobre o impacto do swing na vida de casais maduros. Para eles, a troca de experiências dentro do meio liberal não é apenas sobre a prática sexual, mas também sobre fortalecer o vínculo e reavivar o desejo entre os parceiros.
“Tudo é permitido, mas nada obrigatório! Diante dessa máxima que orienta o meio liberal, os casais podem estar no meio inclusive para não fazer nada! É muito comum casais frequentarem festas e boates liberais apenas para viverem o clima libertário e sensual, sem participar das práticas liberais, apenas observando e estimulando a libido para fantasiar em casa durante seus momentos íntimos”, explica Fernando.
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Fátima complementa: “Muitas mulheres, no início, têm receio do que vão encontrar, mas acabam se surpreendendo positivamente. A energia do ambiente é diferente e, muitas vezes, reacende a paixão e o desejo dentro do relacionamento, sem precisar fazer nada além de sentir.”
A chave para que a experiência seja positiva, segundo o casal, está na comunicação e no respeito aos limites de cada um. “A estratégia crucial é estabelecer antes de tudo quais serão os limites, baseando-se nos desejos de cada um dos parceiros, porém combinados àquilo que acham possível realizarem juntos”, reforça Fernando.
Para quem deseja se aventurar no meio liberal pela primeira vez, a recomendação do Casal Pimenta é começar observando. “O aconselhável é que a primeira experiência seja numa festa ou boate liberal, para apenas observar e ver como tudo funciona, e dessa forma enquadrar tudo que viram nos limites possíveis do casal, e só então retornar para colocar em prática”, diz Fernando.
Fátima acrescenta: “É fundamental que a decisão seja tomada em conjunto. O casal precisa estar confortável e confiante. O importante é que seja uma experiência de conexão, não de imposição.”
No entanto, Fernando alerta sobre os riscos de algumas abordagens: “Evitar atalhos como grupos liberais de WhatsApp, contratar profissionais do sexo, fazer surpresa para o parceiro acreditando que ele vai ficar feliz da vida ou resolver tudo online em redes sociais evita dissabores, aborrecimentos e cair em golpes estruturados buscando gente que procura sexo fácil.”
Apesar dos benefícios, casais na terceira idade ainda enfrentam desafios culturais e sociais ao explorar o swing. “É muito comum casais acima dos cinquenta anos nos perguntarem se estão velhos para iniciar ou tentar realizar suas fantasias no meio liberal. O fato concreto é que nossa geração foi formada sobre uma expectativa de vida em que pessoas cinquentonas já eram consideradas velhas diante da sociedade, e culturalmente essas pessoas estariam rumo à aposentadoria, consideradas improdutivas, sem contar que a mulher já caminhava para a menopausa e a baixa atividade sexual”, relata Fernando.
Fátima reforça que essa visão está mudando: “Hoje, sabemos que a vida continua além dos cinquenta, dos sessenta, e assim por diante. As mulheres estão descobrindo que podem e devem se permitir viver a sexualidade em qualquer idade, sem culpa.”
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A diferença de idade dentro do meio liberal pode, por vezes, gerar insegurança, mas o casal reforça que isso se trata mais de uma questão de preferência do que de preconceito. “Talvez a grande dificuldade para os casais da terceira idade seja a mistura com casais muito mais novos, ao contrário de quando começamos, o que pode trazer uma sensação de insegurança ou pior que isso, de preconceito”, comenta Fernando.
Fátima pondera: “Encontramos pessoas preconceituosas na vida, e como as pessoas do meio vêm da vida, nele também pode haver algum tipo de preconceito quanto à idade. Mas, com a frequência e participação, as mentes se abrem e tudo passa a ser mais bem aceito. O importante é respeitar as preferências e saber que há espaço para todos.”
Sobre o julgamento externo, Fernando e Fátima afirmam que isso faz parte da vida de quem opta por um estilo de vida não convencional. “Ninguém está livre de julgamentos, mais do lado externo do meio, que não entende ou não aceita esse estilo de vida, e raramente dentro do próprio meio”, explica Fernando.
“Nossa dica é simples: ninguém paga nossas contas, então não tem o direito de opinar sobre o modo de vida que escolhemos viver. Ignore, siga em frente e seja feliz”, complementa Fátima.
Por fim, Fernando reforça como o swing pode impactar positivamente a vida dos casais na terceira idade: “No geral, casais na terceira idade entram em baixa na atividade sexual e se acomodam em relação às fantasias e estímulos sexuais. Casais que praticam o swing (troca de casal) ou alguma de suas vertentes (ménage à trois, por exemplo) se estimulam constantemente e reativam a prática sexual, o que melhora a conexão, a confiança e a cumplicidade entre eles.”
Fátima conclui: “O mais importante é que cada casal descubra seu próprio ritmo e suas próprias regras. O swing pode ser uma ferramenta de conexão e prazer, mas o essencial é que seja algo que traga felicidade para ambos.”
Sobre o Casal Pimenta:
Fernando e Fátima, conhecidos como Casal Pimenta, estão juntos há 26 anos e são referências no meio liberal no Rio de Janeiro. Fátima teve uma formação católica, chegando a dar aulas de catequese, mas ao longo do tempo, ambos decidiram explorar novas dimensões de sua sexualidade. Há mais de duas décadas, ingressaram no universo do swing e, desde então, promovem algumas das festas mais renomadas da cena carioca, como a Doidera’s Party, que atrai um público diversificado e animado desde 2010.
Além de organizarem eventos, são palestrantes e escritores sobre o tema, ajudando casais a compreenderem melhor o meio liberal e a utilizarem o swing como uma ferramenta para apimentar a relação. Compartilham suas experiências e conhecimentos em plataformas digitais, como seu canal no YouTube e perfil no Instagram, contribuindo para a desmistificação e disseminação de informações sobre o estilo de vida liberal.
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