O romancista baiano Antonio Torres se tornará nesta quarta-feira oficialmente um “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL) ao assumir, em cerimônia realizada às 21h, a cadeira de número 23, que tem como fundador Machado de Assis e, como patrono, José de Alencar.
Torres é o primeiro romancista eleito pela instituição em dez anos. Com 34 de 39 votos possíveis, ele foi escolhido em novembro do ano passado para suceder o acadêmico Luiz Paulo Horta, que faleceu no dia 3 de agosto. A cadeira também já foi ocupada, entre outros, por seu conterrâneo Jorge Amado.
O romancista é também o curador do projeto “Nuvem de Livros”, biblioteca online que permite acesso ilimitado a milhares de livros, audiolivros, vídeos, teleaulas e conteúdos educativos através de computadores, celulares e tablets.
Torres nasceu na cidade de Sátiro Dias (BA), em 1940, foi repórter em Salvador e São Paulo e publicou seu primeiro romance, “Um cão uivando para a lua”, em 1972. Quatro anos depois, lançou aquela que é considerada sua obra-prima, “Essa terra”, que narra a imigração nordestina para o Sul e o Sudeste contando com elementos autobiográficos.
Em 1998, ele foi condecorado pelo governo da França como “Chevalier des Arts et des Lettres” por seus livros traduzidos naquele país. Em 2000, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto de sua obra.
O acadêmico recebeu em 2007 o Prêmio Jabuti por seu romance “Pelo fundo da agulha”, e teve obras traduzidas em diversos países, como Alemanha, Argentina, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Israel e Itália.