As emoções humanas influenciam diretamente o comportamento em diversas situações, desde interações cotidianas até momentos de maior visibilidade, como debates públicos. Um exemplo recente foi o embate entre o apresentador Luiz Datena e o ex-coach Pablo Marçal, no qual a raiva e a indignação se destacaram em rede nacional.
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Na semana seguinte, outro episódio de agressão que reforça essa influência emocional, ocorreu durante o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pelo Flow Podcast. Nahuel Medina, assessor do candidato Pablo Marçal, foi preso após agredir com um soco Duda Lima, assessor do prefeito Ricardo Nunes, que precisou de seis pontos no rosto. Este é o reflexo de como a pressão de debates públicos pode amplificar explosões emocionais.
O psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos e saúde mental com formações em universidades de Miami e Califórnia, analisou o comportamento humano diante de reações emocionais intensas, ressaltando que a perda de controle emocional muitas vezes está relacionada a transtornos mentais impulsivos. Segundo ele, essas explosões emocionais não são apenas visíveis, mas podem ser detectadas através de exames psicológicos, como o psicotécnico. “Muitas ações são como marcadores de exames métricos, como tomografia ou ressonância, que não erram. A psicologia não é diferente. Se fosse levada em consideração, 90% das pessoas não tirariam a carteira de motorista. Essas emoções definem bem a característica da pessoa”, explica o psicólogo.
Bez também destaca que fatores como a pressão social e a exposição midiática podem ser gatilhos para quem sofre de transtornos de impulso. “A pressão será um gatilho psicológico em que a pessoa com transtorno intermitente explosivo é exposta sempre que confrontada”, acrescenta. Ele observa que, nesses casos, a personalidade e o caráter desempenham um papel fundamental no controle das reações. “Quem manda em nós é a nossa personalidade. Pessoas abandonam carreiras pela falta de limite”, afirma.
No ambiente corporativo, esse tipo de comportamento também se manifesta, onde o uso de poder para provocar desequilíbrios emocionais é comum. Bez explica que “Pessoas neuróticas não explodem para os outros, mas para si mesmas. Quando machucamos o outro, não é mais um comportamento neurótico, e sim psicótico, caracterizado por um comportamento anti-social”.
Apesar disso, o psicólogo acredita que o tratamento é possível. “Pessoas com personalidade mais maleável podem se beneficiar da psicoterapia aliada a uma medicação ansiolítica, pois a agressividade é piorada pela ansiedade. Com o tratamento adequado, a pessoa pode se tornar menos agressiva, desde que tenha uma personalidade flexível”, informa.
Por fim, o controle emocional é essencial para evitar explosões em momentos de tensão, tanto no público quanto no cotidiano corporativo. Bez enfatiza a importância de reconhecer a própria capacidade e entender os limites emocionais. “Precisamos ter noção da nossa capacidade, especialmente quando sabemos que enfrentaremos disputas e provocações que tocam em nossas feridas”, finaliza.