V – Como fica o Brasil frente à outros países exportadores do petróleo?

DB – Com os preços do petróleo crescentemente ascendentes – em razão da escassez temida para os próximos anos – é preciso ter muito juízo em relação ao que fazer com os hidrocarbonetos descobertos em nosso território. O petróleo é bem estratégico. Exportar pode ser um péssimo negócio para a sociedade brasileira. Alguns países que no passado foram exportadores (a baixo preço), hoje importam o barril a quase 100 dólares. É preciso que estejamos atentos para isto e que reflitamos quanto ao tema. Considero feliz a decisão do governo em retirar, da 9ª rodada de licitações da ANP, os 41 blocos que estão na vizinhança do Campo de Tupi. Ela impede que áreas quase certamente petrolíferas, e do mais alto valor, venham a ser exploradas por companhias estrangeiras. Isto não traria qualquer vantagem ao Brasil, pelo contrário.

V – O Brasil agora fica com condições de ser auto-suficiente na questão?

DB – O Brasil já é auto-suficiente na produção de petróleo. É bem verdade que importa óleo leve para misturar ao nosso óleo, que é sobretudo pesado (que também é exportado). A nova descoberta vai mudar este cenário. Todavia, a produção do petróleo do Campo de Tupi não será feita da noite para o dia. Será preciso uns poucos anos para que o processo seja iniciado.

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