(Da redação) – O relator especial da ONU para execuções sumárias, Philip Alston, denunciou hoje as mortes causadas pela polícia brasileira, que é responsável por 18% dos homicídios registrados todos os anos no país e se beneficia de uma "carta-branca para matar”.

Segundo a ONU, apenas 10% dos homicídios de São Paulo são julgados por um tribunal. O relator explicou que os homicídios cometidos pelos policiais são considerados como respostas a "atos de resistência" às forças da ordem, portanto não são tratados como crimes. "O assassinato não é uma técnica de controle do crime aceitável ou efetiva", afirmou.

"A incapacidade da polícia em proteger a população civil dos bandidos se deve principalmente ao fato de que os policiais recorrem muito a uma violência excessiva e contraproducente quando estão em serviço", afirmou Alston. Além disso, "muitos policiais buscam aumentar seu magro salário trabalhando para as organizações criminosas", completou.

Essas não são as primeiras críticas ao sistema de punição do Brasil. O Conselho dos Direitos Humanos já denunciou o sistema judiciário, as prisões lotadas e casos de tortura cometidos por policiais.

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Polícia do Brasil tem carta branca para matar, diz ONU