(Da redação) – Não é no Caribe e está acontecendo nos dias de hoje. Piratas estão apavorando a costa da Somália e o Golfo de Aden, na região conhecida como Chifre da África, perto da Arábia.
Desde 1991, a Somália é um país praticamente sem governo, destroçado por guerra civil, fome e corrupção. Clãs e milícias dominam o país. Marinha e exército não existem mais. E agora poucos navios querem passar perto de sua costa, já que virou brincadeira a quantidade de assaltos cometidos pelas centenas de gangues piratas somalis. É talvez a única maneira de ganhar dinheiro nesse país devastado e sem lei.
E o dinheiro não é pouco. Segundo matéria do The New York Times, calcula-se que os lucros da pirataria chegarão esse ano a US$ 50 milhões. Mais de 75 barcos foram atacados em 2008, muito mais do que nos anos anteriores. Entre estes navios, estava um cargueiro ucraniano cheio de tanques e armas pesadas. Eles não perdoam nem os navios que trazem alimentos doados para o 1/3 da população somali que passa fome.
Os piratas são bem atrevidos. Além de roubar a carga, muitas vezes sequestram os tripulantes e exigem resgates que podem chegar a US$ 2 milhões. Segundo o The New York Times, Os piratas usam lanchas rápidas, estacionam ao lado da vítima e invadem o barco com escadas e às vezes ganchos enferrujados.
Com o dinheiro, constróem mansões, importam carros de luxo e dão festas que duram até dois dias. Destoam radicalmente do cenário de miséria absoluta do país.
A situação é tão grave que a União Européia (EU) pretende fazer uma operação naval para combater os piratas. Será a primeira ação naval conjunta do bloco europeu e deve começar em dezembro com sete navios. Alemanha, França, Reino Unido e Espanha confirmaram participação. Em julho passado, os EUA também anunciaram medidas de força contra os piratas da região.
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