A comunidade Autônoma de Madri autorizou nesta sexta-feira a busca dos restos mortais do escritor Miguel de Cervantes no Convento de las Trinitarias Descalzas, uma pesquisa que será feita através de um radar no subsolo do mosteiro.
Para começar a investigação era necessária a autorização da comunidade Autônoma de Madri, concedida hoje, conforme informou o governo regional através de um comunicado.
Depois de quatro séculos de sua morte, o projeto liderado pelo historiador Fernando de Prado procura descobrir se os restos mortais de Cervantes e sua mulher Catalina de Salazar continuam no convento, já que acredita-se que foi ali que foram enterrados.
A pesquisa irá sondar o mosteiro de forma superficial e através de um radar de penetração no solo, um aparelho que permite encontrar cavidades no subsolo sem a necessidade de perfuração, que “por outro lado é um bem de interesse cultural, no conjunto histórico da Villa de Madrid”.
A investigação terá duração máxima de dois meses. Após isso, os pesquisadores deverão apresentar um estudo histórico do imóvel. O rastro de Miguel de Cervantes se perdeu em uma das reformas do convento, onde provavelmente foi enterrado de maneira simples em 22 de abril de 1616.
Situado no centro de Madri, o Convento de las Trinitarias Descalzas foi fundado em 1612. Nele, moraram Irmã Isabel, filha de Cervantes, e Irmã Marcela, filha de Lope de Vega.
Uma placa comemorativa colocada na fachada do mosteiro de clausura lembra que ali está enterrado o autor da maior obra escrita em língua espanhola, O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha. Contudo, ninguém sabe ao certo o lugar. Por conta de sucessivas reformas que foram realizadas no convento, o túmulo de Cervantes foi trocado de lugar, e os restos mortais se perderam.
Agora, o especialista em radar de subsolo Luis Avial e o historiador Fernando de Prado poderão começar os trabalhos para encontrar os restos mortais do escritor com ajuda de alta tecnologia. Eles serão financiados pela prefeitura de Madri, que acredita ser “factível” localizar os restos mortais do escritor. A intenção é de que os trabalhos comecem entre março e abril.