Há anos se discute a prevenção do câncer de mama, o autoexame e a regularidade dos exames clínicos. Mas segundo a nova pesquisa do Instituto Avon, divulgada nesta quarta-feira (29), no Cine Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, em São Paulo, essa conscientização ainda não atingiu a maioria das mulheres, já que 39% delas acreditam ser imunes à doença.
O evento, que reuniu as atrizes globais Giovanna Ewbank e Paola Oliveira, quebrou o mito de que a doença é hereditária, já que 90% dos casos independem deste fator, segundo Rita Dardes, ginecologista e mastologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretora médica do Instituto Avon. O grave é que 56% das mulheres acreditam que não vão desenvolver a doença por não existir casos na família.
Outros fatores que as levam ao equívoco são a alimentação inadequada (23%) e o hábito de fumar (22%). O presidente da Avon Brasil, Luis Felipe Miranda, que discursou sobre a pesquisa na abertura da apresentação, fez questão de destacar que a doença pode deixar de ser a primeira causa de morte por câncer no Brasil entre as mulheres se elas buscassem mais informações.
O principal motivo, na verdade, é a falta de costume de realizar o autoexame e exame clínico. O resultado disso é que 60% das mulheres morrem devido ao diagnóstico tardio. De acordo com Rita, se for detectada a doença no início, aumentam as chances de cura em 95%, e para isso elas devem dar prioridade a mamografia.
A Pesquisa Instituto Avon/Ipsos – Percepções sobre o Câncer de Mama – Mitos e Verdades em Relação à Doença consultou mil mulheres, a partir dos 16 anos, de 30 de julho a 11 de agosto, em 70 cidades do País. A apresentação deste trabalho coincidiu com o lançamento da mostra De Peito Aberto, composta por 49 fotos em preto e branco e idealizada pelo fotógrafo Hugo Lenzi e a esposa Vera Golik, que fica até o dia 8 no Conjunto Nacional.
A exposição mostra os três estágios da doença: a descoberta do câncer de mama, o começo do doloroso tratamento e a superação. Toda essa conscientização da nova pesquisa coincide com o início da uma mobilização em outubro, mês de conscientização mundial sobre o câncer de mama.