Lai Tung-kwok, Secretário da Segurança Pública de Hong Kong, tem recebido fortes críticas após fazer um comentário polêmico durante uma entrevista coletiva na última terça-feira (14). Falando sobre o aumento de 60% no número de agressões sexuais na cidade durante o primeiro trimestre de 2013, Lai atribuiu a culpa às mulheres que bebem muito.

“Alguns desses estupros aconteceram com mulheres depois que elas beberam muito álcool”, disse. “Então, eu apelaria às mulheres para que não bebam muito”, declarou.

Grupos locais de defesa das mulheres disseram que o forte aumento pode ser o resultado de mais vítimas relatando suas agressões e temem que os comentários do secretário desencoraje que elas continuem relatando os crimes, principalmente quando a violência ocorrer quando estiverem sob efeito de bebidas alcoólicas.

“Há vários estigmas dados às vítimas”, disse Liu Si-Si, diretora de um centro de apoio às mulheres em Hong Kong, em entrevista ao The Wall Street Journal. “As observações feitas por ele são a prova de uma cultura que culpa as vítimas por terem feito algo ‘errado’, como beber. Se ele continuar a dizer coisas como esta, me preocupo se as mulheres não ficarão menos propensas a relatar crimes, pois ficarão preocupadas em serem responsabilizadas, especialmente se estavam bebendo quando se tornaram vítimas”, declarou.

Defensores de outros grupos femininos também criticaram as declarações de Lai: “As pessoas não estão sendo estupradas porque estão bêbadas ou por usarem um vestido sexy”, disse Linda Wong, diretora executiva da Associação sobre a violência sexual contra as mulheres.

Linda também citou o trabalho de grupos e eventos feministas como o “SlutWalk” (conhecido no Brasil como “Marcha das Vadias”) na cidade que poderiam estar incentivando mais vítimas a registrarem boletins de ocorrência em casos de estupro. Lançado inicialmente no Canadá em 2011 a marcha protesta contra a ideia de que as vítimas ‘pedem’ para serem estupradas por beber ou vestir roupas provocantes.


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Para evitar estupro, Secretário da Segurança Pública de Honk Kong pede para que mulheres bebam menos

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