(Da redação) – Nesta quinta-feira, 4, o obstetra Dernival da Silva Brandão defendeu que a interrupção da gravidez em casos de fetos sem cérebro é uma atitude de eugenia (teoria que defende o controle social como forma de melhorar as raças), praticada no regime nazista.
O médico fez o discurso na presença do ministro Marco Aurélio de Mello, durante a terceira audiência pública no STF (Supremo Tribunal Federal) para discutir a legalização do aborto em casos de bebês anencéfalos. Brandão ultrapassou seu tempo de discurso, inicialmente estipulado em 15 minutos, e foi interrompido por muitas vezes. Entusiasmado, o obstetra defendia que a morte não devia ser determinada somente pelo encefalograma, já que o feto respira e tem coração.
A endocrinologista Therezinha Verreschi também foi contra a interrupção da gravidez em casos de anencéfalos. Ela disse que retirar o bebês do últero antes do parto seria voltar a sociedade à época das bárbaries. Nesta audiência, apenas Jacqueline Pitanguy, socióloga e cientista política, concordou com a interrupção voluntária da gravidez nas gestações em questão. Ela usou a lei que trata da doação de órgãos para defender sua tese, pois para ser doador é necessário reconhecer a morte cerebral do doado.
A próxima sessão deve acontecer no dia 16 de setembro e irá ter a presença no plenário do Advogado Geral da união e o Procurador Geral da República.
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