(Por Denis Moreira) Quer aproveitar a época de férias para distrair a molecada com um filme despretensioso e recheado de efeitos especiais impressionantes? Então vá assistir O Dia Em Que a Terra Parou, que estreia nos cinemas nesta sexta-feira (9).

Apesar das falhas grotescas no roteiro e um desfile de atuações canastronas, o filme até funciona como mero entretenimento, especialmente para crianças e adolescentes, normalmente menos afeitos a esse tipo de "detalhe".

Dirigida por Scott Derrickson (Hellraiser 5 – Inferno e O Exorcismo de Emily Rose), a refilmagem da ficção científica de 1951 baseada no conto de Harry Bates conta a história de uma missão alienígena que chega aos Estados Unidos – mais precisamente, ao Central Park, em Nova York – com um propósito: destruir a raça humana, responsável pela degradação da Terra, um dos poucos planetas do universo a admitir formas complexas de vida. Como na parábola bíblica de Noé, eles recolhem em naves exemplares das outras espécies animais, que repovoarão o mundo após a morte de todos os humanos.

Piegas e clichê

Para enfrentar a iminente ameaça, o governo americano, liderado por sua secretária de Estado (Kathy Bates, encarnando uma versão gringa de Dilma Roussef, ministra da Casa Civil), decide recrutar profissionais de várias áreas. Um deles, a astrobióloga Helena Benson (Jennifer Connelly), acaba por manter contato com o chefe da delegação, Klaatu (Keanu Reeves), e tenta convencê-lo de que o ser humano é capaz de cuidar de seu próprio planeta. A moça tem um enteado, Jacob (Jaden Smith, filho de Will Smith), a quem cria desde a morte do pai do menino, com quem foi casada.

O tema acima serve de gancho para que o longa-metragem discuta a dicotomia entre o lado bondoso e destrutivo do ser humano, com direito a lições de moral piegas e uma reunião de todos os clichês de filmes hollywoodianos de guerra e ficção científica. Há o representante de Estado insensível e que se comunica com o presidente por telefone, a "sala de guerra" recheada de computadores, o menino que age como adulto, as tropas que dão tiros inúteis contra uma força muito mais poderosa…

Keanu Reeves padrão

Keanu Reeves também entra no clima, interpretando o alienígena da maneira mais padrão possível: com falas pausadas e sem qualquer demonstração de emoção. Para piorar a situação, além de um festival de obviedades, o roteiro possui buracos inexplicáveis – ainda mais para um remake -, como a cena ridícula (e involuntariamente engraçada) em que Klaatu risca em uma lousa uma fórmula matemática que explica um dos mistérios da humanidade. Incomoda também o merchandising que aparece, sem mais nem menos, em alguns momentos: o que é, por exemplo, aquele close bizarro em um celular LG?

Até é possível se divertir com O Dia Em Que a Terra Parou, ainda mais por que os efeitos visuais e sonoros presentes no longa-metragem são bastante competentes. Mas, para isso, o espectador deve fazer com o senso crítico o mesmo que toda pessoa educada faz com o celular ao entrar na sala de cinema: apertar o botão "desliga" para, assim, curtir o filme sem esquentar a cabeça.

O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still)

Duração: 103 minutos
Direção: Scott Derrickson
Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Jaden Smith, Kathy Bates

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O Dia Em Que a Terra Parou: cheio de clichês, mas divertido

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