O ano de 2022 chegou para a educação com muitos desafios: além da retomada das atividades 100% presenciais, o Novo Ensino Médio precisa ser executado pelas escolas. O modelo prevê a aprendizagem por áreas de conhecimento e contribui diretamente com o projeto de vida dos estudantes. Mas quais são as principais mudanças e como apoiar os filhos que passam por essa etapa?
Para a coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Vivian Aparecida Antunes Pascoal, do Marista Escola Social Santa Mônica, na adaptação do Ensino Médio há uma tendência dos familiares para ruptura, porque tendem a acreditar que esse é um caminho que eles já podem seguir sozinhos. “É claro que eles já possuem mais autonomia, do que na passagem para o Ensino Fundamental por exemplo, mas mesmo assim é importante o apoio para que eles se sintam seguros para enfrentar essa mudança.
Entre as alterações, a principal delas está relacionada ao formato de ensino, que passa para um modelo que prevê a aprendizagem por área de conhecimento e se compromete com o alinhamento ao projeto de vida e as escolhas dos estudantes. “As trilhas permitem uma maior autonomia dos alunos. É importante ressaltar que, enquanto escola social, temos uma certa familiaridade com a nova proposta, uma vez que trabalhamos projetos interdisciplinares todos os anos e o componente de Interioridade e Projeto de Vida já faz parte da nossa grade curricular há um bom tempo”, lembra a coordenadora. O Marista Escola Social Santa Mônica está presente há mais de 20 anos na cidade de Ponta Grossa, e atende gratuitamente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Com uma educação voltada para centenas de estudantes, e projetos que desenvolvem e fortalecem o Projeto de Vida, a coordenadora acredita que a medida assume o papel do aluno vislumbrar novos horizontes. “Sabemos das dificuldades enfrentadas, sobretudo para os adolescentes e jovens de áreas periféricas. A escola pode ser um ponto de apoio importante, que incentiva que as escolhas feitas no Ensino Médio contribuam para uma formação de indivíduos mais seguros e felizes, tanto pessoal quanto profissionalmente”, reforça.
Colocar em prática uma proposta educativa que se compromete a considerar o projeto de vida dos alunos se constitui em um benefício importante. Ao acompanharmos, ao longo dos anos, centenas de estudantes vulneráveis, sabemos das dificuldades em estabelecer e prosseguir com um projeto de vida quando a escola e a sociedade estão no sentido oposto. À medida que a escola se propõe a conhecer e fortalecer as escolhas dos estudantes, esse processo se torna mais humano e certamente mais eficaz.
A especialista dá dicas para pais e responsáveis que estejam passando por esse processo de transição com o filho:
Diálogo é essencial para a caminhada
Importante para todos os estudantes em qualquer etapa da aprendizagem, especialmente para aqueles que estão passando pela transição em 2022. A dica é acompanhar a rotina, fortalecer a conversa e o bate-papo sobre o aprendizado, as escolhas e dificuldades. Assim, o estudante se sentirá mais fortalecido.
Fique atento aos impactos da pandemia
Ainda estamos em processo de retomada, e é normal que depois de dois longos anos com aulas híbridas, presenciais e remotas, os estudantes possam sentir um desconforto. É importante entender que nesse ano a possibilidade de nos mantermos no presencial vai fortalecer a interação, os contatos, e projetos que vão contribuir para a busca dos objetivos.
Mantenha contato com a escola
Mesmo não precisando estar presente com tanta frequência quando os filhos são maiores, é bem importante que os familiares mantenham contato com a escola, assim as mudanças, informações e melhores soluções para cada aluno podem ser realizadas por meio do diálogo.