Grande parte dos brasileiros não dispensa aquela gelada depois de um dia de trabalho, nem a chance de sentar num botequim, no happy hour de sexta-feira, para começar a comemorar o fim de semana. O Rio de Janeiro é um paraíso para os amantes da boemia; em todo o estado reina uma forte cultura de sociabilidade por meio da cerveja e, na capital e pelas cidades do interior, não faltam botecos para todos os gostos espalhados. E aos amantes da cerveja, o Rio ainda proporciona outro tipo de prazer associado à bebida: viagens completas ao mundo da fabricação de cervejas artesanais, com direito a terminar de copo cheio na mão No interior fluminense, há algumas paragens obrigatórias em lugares especializados no fabrico de cerveja artesanal.
O roteiro pode começar em Niterói, na Cervejaria Noi, localizada na Estrada da Cruz Nunes, praia de Itaipu. É a primeira a produzir cerveja artesanal na cidade. Conhecida pela excelência no preparo da bebida, a cerveja Fábrica da Noi já está se tornando parte do roteiro turístico da cidade. O prédio onde está instalada chama a atenção pela arquitetura sofisticada, com uma fachada decorada por barris de cerveja protegidos por paredes de vidro, que permitem ao visitante observar parte do processo de fabricação. Depois, é entrar e conferir o sabor de sete versões de Noi, no restaurante anexado à fábrica, com capacidade para 200 pessoas.
Já na região serrana do estado, em Teresópolis, existe um pequeno paraíso: A Vila St. Gallen, espaço temático em réplica da cidade homônima na Suíça e com uma intensa programação de eventos. Conta com uma cervejaria artesanal, cujo líder é o jovem Gabriel Di Martino, de apenas 23 anos, e três restaurantes: Bistrô 1912, Abadia e Bierfest. Na cervejaria são produzidos sete rótulos diferentes – três de alta fermentação (rótulos St. Gallen) e quatro de baixa fermentação (rótulos Therezópolis). Na Vila é possível também participar de rituais, como o Bier Tour, através do qual se conhece a origem e história da cerveja St. Gallen, ou até mesmo fazer um curso prático de cervejeiro artesanal. O lugar ainda oferece uma área para crianças, loja de souvenir, sorveteria e uma réplica de uma capela germânica.
E ainda na serra fluminense, o município de Petrópolis parece ter vocação para a bebida mais consumida do Brasil. É na cidade imperial que se encontra a primeira cervejaria do Brasil, fundada pelo colono alemão Henrique Kremer, em 1853, que daria origem à Cia. Cervejaria Bohemia. Hoje, a visita à cervejaria, transformada em museu, é uma verdadeira viagem pela história, arte e ciência da produção de cerveja. São mais de 20 ambientes, com direito a prova de uma garrafa de Bohemia, diretamente da fonte. Além da visita ao museu, o espaço abriga o Empório e o Boteco Bohemia, onde o visitante pode apreciar todas as cervejas especiais ali produzidas. O museu é um importante atrativo turístico da cidade, e está localizado no Centro Histórico.
O roteiro pelo interior do Rio pode terminar em Volta Redonda, na região Sul Fluminense, onde está a Mistura Clássica, cervejaria que só fabrica a bebida seguindo a Lei da Pureza Alemã. Seus rótulos são distribuídos no estado do Rio de Janeiro. Anexo à fábrica, um bar serve as cervejas artesanais produzidas.