A história pode até contar com novos personagens, cenários e tramas. O desfecho, porém, costuma ser o mesmo: depois que a traição em um relacionamento é descoberta, amantes tendem a carregar toda a culpa da infidelidade nos ombros.
Embora seja algo praticado de comum acordo pelas partes envolvidas, aqueles que mantinham um acordo de fidelidade prévio não são tão responsabilizados, principalmente se a situação envolver duas mulheres e um homem.
A conclusão, embora não tão reveladora assim, acaba de ser reforçada por um estudo da Universidade Metropolitana de Cardiff.
Eles entrevistaram 21 homens e 23 mulheres, mostrando mensagens de Facebook que poderiam indicar uma traição e analisando suas reações, com uma escala de desconforto que poderia variar de 1 a 10.
De acordo com os pesquisadores, mulheres preferem culpar umas às outras em casos de traição, isentando os parceiros da responsabilidade. Mensagens íntimas também foram consideradas mais graves do que a ideia do ato sexual em si.
Para os homens, porém, o sexo fora do relacionamento é pior do que a troca de mensagens das parceiras com outras pessoas. Os autores acreditam que os resultados têm raiz no paleolítico, era dos homens das cavernas.
Se os homens se envolvessem emocionalmente com outra mulher, as “traídas” perderiam proteção e sustento; uma relação extraconjugal, porém, sem sentimentos, não apresentava tantos riscos.
Ainda assim, apenas as mulheres eram culpabilizadas pelo fracasso de um relacionamento. Analisando a desigualdade de gênero que ainda pauta a sociedade, podemos dizer que muito da era paleolítica prevalece – infelizmente.