A fotógrafa Laura Dodsworth acaba de lançar seu mais novo livro In Manhood: The Bare Reality, em que explora o conceito da masculinidade por meio da fotografia. Para o projeto, ela fotografou 100 homens e seus pênis. A nudez não é uma coisa nova para Laura, já que durante dois anos ela fotografou os seios de mulheres.
“Era muito confortável fotografar mulheres, porque eu sabia o que aquilo significava para mim. Mas eu notei que precisava ouvir as histórias dos homens para poder entender a masculinidade.
Na hora de escolher quem seria fotografado, o processo foi simples. “Eu pedi para todo mundo que eu conhecia. E essas pessoas pediram para todo mundo que conheciam e assim foi”, disse ao Metro. “Me aproximei também de alguns grupos específicos, como os de câncer de próstata, naturistas, etc”, revelou.
E o processo de fotografar esses homens foi muito menos estranho do que você espera. A ênfase era sempre no conforto e discussões abertas sobre o corpo e a masculinidade, não havia nenhuma pressão para que aqueles homens mostrassem seus pênis. Além disso, a identidade daqueles homens foram preservadas.
“Alguns homens estavam felizes de tirar a roupa e andavam normalmente na frente da câmera. Outros ficaram nervosos. E eu fiquei emocionada com alguns deles, que estavam ali para mostrar suas cicatrizes de um câncer ou relevar a vergonha que sentiam de seus corpos. Alguns era relaxados, outros orgulhosos”, relatou.
Laura contou que ficou um pouco envergonhada no começo dos ensaios fotográficos, mas depois acabou se mostrando “blasé”. Afinal, ela fotografou 100 homens para o projeto, né?
“Há, de fato, uma enorme gama de padrões. Homens tem formas e tamanhos diferentes. Homens também se sentem pressionados sobre como seu corpo se parece para os outros. Eles sentem, de maneiras semelhantes às mulheres, embora um pouco menos. Eu não tinha ideia de quantos homens tinham certa ansiedade e insegurança sobre o tamanho de seu pênis ou algum aspecto de seu desempenho”, disse Laura.
Laura também crê que muitos homens do projeto teriam se beneficiado se esse projeto tivesse sido feito quando eles eram mais jovens, já que teria dissipado muitos mitos e teria acalmado suas mentes. “Muitos homens que fizeram parte do livro acabaram aceitando fazer para ajudar outros homens, principalmente, os mais jovens, relatando experiências”, contou.
“Eu sabia, quando comecei o livro, que eu seria surpreendida, maravilhada e inspirada por eles. Mas a gente nunca sabe as histórias que vai ouvir. Eu fiquei surpresa pela honestidade. Não acho que homens tem muitas oportunidades de serem honestos e diretos sobre suas vidas e seus sentimentos. Nunca ouvi homens falando dessa maneira. Alguns daqueles homens disseram que nunca falaram sobre isso com ninguém, inclusive parceiras (os)”, disse.
Laura ainda relatou uma história que a tocou muito. “Existe uma de um homem que teve câncer no testículo duas vezes. Ele teve a notícia de que sobreviveria, mas no mesmo momento sua mãe descobriu que tinha um câncer incurável. Ele carregava muita culpa por estar sobrevivendo, além de ter que curar sua própria experiência. Eu chorei muito nessa entrevista”, relatou.