Movimentos virtuais e sociais estão pressionando as instituições de segurança de São Paulo para que se esclareça o mais rápido possível o que aconteceu com João Victor Souza de Carvalho, de apenas 13 anos, que morreu em frente ao Habib’s de Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, neste domingo (26).
Cerca de 300 pessoas, segundo o site Ponte, se reuniram em frente ao estabelecimento nesta quinta-feira (2) para protestar contra o ocorrido. De acordo com o G1, na quarta-feira (1º), uma catadora de material reciclável havia ido à delegacia e acusado funcionários do Habib’s de perseguirem João. Ela ainda disse ter visto um deles, usando uniforme da lanchonete, segurar o garoto pela gola da camisa e dar um soco na cabeça dele.
Nas redes sociais, protestos virtuais, como #JustiçaporJoãoVictor e #HabibsRacista criticam a postura da rede de restaurantes. “Justiça a João Victor, 13 anos, agredido e morto por estar pedindo no Habib’s #HabibsRacista”, escreveu o internauta Deivison Nkosi. “Que se investigue a morte do adolescente João Victor #HabibsRacista #JustiçaporJoãoVictor”, disse Selma Vital.
Em entrevista ao site Ponte, o pai do garoto, Marcelo Fernandes de Carvalho, de 42 anos, que é catador de lixo, lamentou o ocorrido. “Ele teve uma morte que não se faz nem com animal. Meu filho era humilde igual eu, catador de lixo. Ele pedia, mas não roubava nada de ninguém. O moleque foi espancado por causa que estava pedindo um real para comer um lanche”, disse ele.
Outro lado
Em resposta à imprensa, o Habib’s enviou nota dizendo que colabora com as investigações, nega as acusações e pede o esclarecimento do caso. Leia abaixo:
O Habib’s informa que, desde o ocorrido, vem colaborando na busca de informações que ajudem as autoridades a esclarecer o caso. Até o momento, as informações oficiais são o Atestado Médico de Óbito que cita que a causa da morte foi por infarto do miocárdio e o Boletim de Ocorrência que aponta a ausência de sinais de agressão.
Diante das imagens divulgadas pela imprensa hoje, comunica que decidiu afastar os colaboradores envolvidos até que tudo seja elucidado.
Mais do que qualquer direcionamento corporativo, esta é uma questão de princípio humano. A empresa esclarece que repudia todo e qualquer ato de violência física ou moral realizada por qualquer pessoa, por qualquer que seja o motivo e está bastante abalada com tudo o que ocorreu.
O Habib’s, por meio de seus representantes, informa que manterá contato com a família no intuito de auxiliar no que for possível.
Assim como toda sociedade, o Habib’s aguarda o laudo completo do IML que esclarecerá o ocorrido.
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