O movimento #MeToo, que levou milhões de pessoas às redes sociais para falar sobre abuso sexual, colhe frutos na prática. A discussão sobre o tema ajudou a educar homens e mulheres sobre a violência sexual diária sofrida nas ruas e no ambiente de trabalho, por exemplo.
Uma pesquisa da Fawcett Society, organização inglesa que luta pelos direitos das mulheres, concluiu que, por causa da discussão gerada pela mobilização online, 53% das pessoas entrevistadas disseram que mudaram seu conceito do que consideravam normal ou não na forma de tratar as mulheres. Entre os homens com 55 anos ou mais, 56% reconheceram que o que é ou não é aceitável no comportamento em relação ao sexo aposto mudou nos últimos tempos.
A maior mudança foi sentida entre pessoas de 18 a 34 anos que falaram se sentir mais livres para denunciar abusos sexuais, informou o site inglês Metro.
O movimento #MeToo começou na década de 1990 para criar empatia a favor das vítimas de assédio. Mas ficou famoso quando celebridades de Hollywood usaram a hashtag para tornar público dezenas de casos de assédio sexual na indústria do entretenimento, especialmente contra o produtor Harvey Weinstein. O termo repercutiu e foi usado em mais de 85 países entre homens e mulheres para dividir traumas e lutar pelo direito de falar e de exigir mudanças em relação ao assédio sexual. O assunto foi tão relevante que foi escolhido pela revista norte-americana Times como a personalidade do ano de 2017.