(Por Gabriela Rassy) Começa no dia 24 de novembro a mostra de filmes Olhares, que faz parte do III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual da Criança e do Adolescente. O evento acontece gratuitamente por todo o Rio de Janeiro e vai até o dia 28/11.
O congresso acontece de cinco em cinco anos em algum lugar do mundo para discutir o tema. "Trata-se de um tema que vem crescendo em todo o mundo e precisa ser denunciado. É o maior Fórum de Debates dobre o assunto, e estarão reunidos mais de 4 mil pessoas de todo o mundo, entre elas a rainha Silvia, da Suécia, os ministros da Cultura, da Justiça e dos Direitos Humanos e o presidente da República", disse ao Virgula Sheila Aragão, uma das coordenadoras da mostra.
Os cinemas participantes são Ponto Cine, Cinema Odeon BR, Estação Laura Alvim e Espaço de Cinema. Neles serão exibidos sete longas e alguns curtas de diferentes nacionalidades.
"Através da arte é possível tornar um tema tão pesado em algo mais leve, capaz de ser digerido e debatido em bares, festas e nos lares cariocas. Partindo da arte, a lente é outra. É mais poética, mas nem por isso menos dura", disse Sheila.
Alguns dos filmes exibidos são Nascidos em Bordéis, que mostra a vida de crianças do bairro da Luz Vermelha em Calcutá, Índia; o nacional Anjos do Sol, sobre a exploração de crianças no norte do país; e Baixo das Bestas, encenado por Matheus Nachtergaele.
O tema converge com a discussão em torno do número (Ligue 100)que o governo dispõe para denúncias contra a exploração sexual infantil há alguns anos, mas que as vezes cai no esquecimento. "Com a pesquisa para a seleção dos filmes descobrimos como o abuso sexual é algo que acontece muito mais dentro das casas. E as classes média e alta fazem parte disso, só que veladamente. Não é coisa só de gente pobre e sem recurso não", explica a coordenadora da Mostra.
Para revitalizar a discussão, um fórum de debates será montado no Ponto Cine, em Guadalupe, e um caminhão-cinema da Petrobras ficará estacionado no Rio Centro para que os participantes do Congresso possam também assistir aos filmes selecionados.
"Haverá debates com os diretores dos filmes e pessoas que trabalham dentro da área de Direitos das Crianças e Adolescentes, portanto, pretendemos trazer muita gente para essa discussão. Será um espaço democrático de debates", disse Sheila.
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