(Da redação) Lembrança ainda bastante presente naqueles com mais de 30 anos, o Muro de Berlim foi derrubado em novembro de 1989. Mas nove meses antes, no dia 5 de fevereiro, Chris Gueffroy foi o último a morrer tentando atravessá-lo. Ele foi baleado pelos soldados que faziam a vigilância do muro e tinham ordem de atirar em qualquer um que tentasse ultrapassar o limite.
O muro foi construído em 1961 e marcou fisicamente a divisão entre as duas Alemanhas criadas depois da Segunda Guerra Mundial: a Ocidental, somando os territórios antes administrados por Estados Unidos, França e Inglaterra, e a Oriental, que havia sido entregue à União Soviética.
Com o advento da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, e o abismo de desenvolvimento criado entre os dois lados da Alemanha, o muro foi construído para evitar que os moradores do lado mais pobre tentassem fugir para o lado mais rico e capitalista. A situação era tão grave que muitas famílias foram separadas pelo muro e impedidas de se unir por mais de 30 anos.
Naquele 5 de fevereiro de 1989, Gueffroy, então com 20 anos, foi mais um a se arriscar mesmo assim. Na companhia de um amigo, ele tentou passar para o lado ocidental. Acabou se tornando a 99ª pessoa a morrer na tentativa. Ao todo, no entanto, o número de vítimas do muro foi ainda maior. Com acidentes e soldados, o total chega a 134.
Apenas no dia 7 de fevereiro a família recebeu um comunicado oficial do Ministério de Segurança do Estado, dizendo que o jovem havia morrido ao invadir a zona militar interditada. Os funerais, acompanhados por diversos jornalistas da Berlim Ocidental, tiveram também a presença de agentes do serviço secreto da Alemanha Oriental.
Mas a morte de Gueffroy que ganhou um memorial em junho de 2003, quando completaria 35 anos não ficou impune. Depois da queda do muro e da reunião das duas Alemanhas, o soldado que atirou nele foi julgado e condenado a três anos e meio de prisão.
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