Morreu neste sábado (19) em Campinas (SP) o escritor, educador e intelectual Rubem Alves. Ele tinha 80 anos, estava internado desde 10 de julho e foi vítima de falência múltipla de órgãos.
Segundo o jornal O Globo, o velório será a partir das 19h na Câmara Municipal de Campinas.
Nascido em setembro de 1933 em Dores da Boa Esperança (sul de Minas Gerais), Rubem residia em Campinas há anos. Era um dos intelectuais mais respeitados do Brasil.
Entre suas obras, destacam-se os livros infantis A Pipa e a Flor e A Volta do Pássaro Encantado. Também escreveu Tempus Fugit, A Alegria de Ensinar, O Quarto do Mistério, Desfiz 75 Anos e Por Uma Educação Romântica, entre outros.
Mas sua grande paixão era a educação. E nesse quesito, Rubem destacou-se por sua postura fora dos padrões vigentes. “Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia, português. Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador. Educar é outra coisa. A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a mesma coisa”, escreveu ele.
Ele também criticou o esquema das provas de vestibular. “Se os reitores das universidades fizessem o vestibular, seriam reprovados, assim como os professores de cursinho. Então, por que os adolescentes têm que passar?”, indagou ele em entrevista ao canal Globo News em 2012.
Em seu site oficial, Rubem escreveu: “Eu achava que religião não era para garantir o céu depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos.” Ainda em seu site, ao entrar, o visitante se depara com a expressão “Carpe Diem” (aproveite o dia).
Curiosamente, a morte de Rubem Alves ocorre um dia após o falecimento de outro importante escritor brasileiro: João Ubaldo Ribeiro.