O escritor chinês Mo Yan, agraciado nesta quinta-feira (12) com o Prêmio Nobel de Literatura, disse à imprensa oficial chinesa estar alegre com o prêmio, mas declarou que “ganhar não significa nada” e que continuará “concentrado na criação de novas obras”.
– Chinês Mo Yan leva Nobel de Literatura por visão mágica e realista da China
– J.K. Rowling diz que próximo livro será para público mais jovem que o de Harry Potter
“Continuarei trabalhando duro, obrigado a todos”, assinalou Mo, que nas horas posteriores tentou se isolar da imprensa e dos admiradores, em uma breve entrevista à agência oficial China News de sua casa na aldeia de Gaomi, da província oriental de Shandong.
Sobre a importância do prêmio para a literatura chinesa, Mo assegurou que a “China tem muitos autores excelentes, cujos destacados trabalhos poderão também ser reconhecidos no mundo”.
Para a também oficial agência Xinhua, o escritor de 57 anos se mostrou “muito surpreso” com o prêmio: “Surpreendeu-me muito ganhar o prêmio porque senti que não sou um autor tão experiente como outros autores chineses. Há muito bons escritores e meu status não era tão elevado”.
Para a televisão estatal CFTV, o escritor do livro que inspirou o filme Sorgo Vermelho, Tiantang Suantai Zhi Ge (As Baladas do Alho, em livre tradução) e Shengsi Pilao (A Vida e a Morte Estão Me Desgastando) assinalou que preferia “estar com os pés no chão” e não fazer grandes celebrações
“Quero seguir meu caminho, concentrado no humano para minha própria obra”, assegurou Mo, que disse que estava em seu povoado “para se sentir tranquilo” e “escrever fechado em seu quarto”
“Estou com meu pai no povoado, para ver o campo”, disse com simplicidade o nobel chinês, afirmando ter em mente “muitos temas para escrever”.