A demissão da ex-ministra, no entanto, não pode ser considerada uma derrota. Se hoje vejo que as pessoas se preocupam com a Amazônia, então não me sinto derrotada, disse. Você não pode ficar gesticulando, tem que fazer um gesto. O gesto é mediação entre o ponto de vista seu e o do outro. Quando não dá mais para fazer esse gesto, é preciso fazer o ato. Foi o que fiz, afirmou.
Marina será substituída por Carlos Minc (PT), ex-secretário de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro. Segundo ela, o novo ministro pode dar uma "contribuição significativa" à política ambiental brasileira. O Minc é um ambientalista que todos respeitamos e é uma pessoa qualificada para dar contribuição significativa ao país", afirmou.
A senadora afirmou, ainda, que, se Minc "mantiver a resolução do conselho monetário, fazer andar as unidades de conservação e se colocar o eixo do desenvolvimento sustentável, irá se sentir vitoriosa. Ela ainda pediu que o país não regrida na área ambiental com sua saída do cargo. "É fundamental que possamos preservar os avanços e que não tenhamos retrocessos."
A relação da ex-ministra com outros membros do governo também foi abordada. Marina afirmou ter uma relação respeitosa com o presidente Lula e elogiou o senador Ciro Gomes. Eu e o ministro Ciro Gomes já tivemos várias discussões acaloradas, mas ninguém nunca soube. Que bom que ele é um homem que sabe ouvir a opinião outro, disse.
Por fim, Marina pediu a contribuição da sociedade na questão ambiental. O governo é apenas uma parte. Precisamos da contribuição efetiva da sociedade e das empresas. É precisa fazer com, não fazer para, concluiu.