A Mango, marca espanhola que tem ninguém menos que a top Kate Moss como uma de suas garotas-propaganda, criou uma grande polêmica na França nesta semana. A confusão aconteceu com a tradução da palavra “esclava” ao francês na descrição de uma coleção de pulseiras e de um colar em seu site francês. Em espanhol a palavra também designa um tipo de pulseira, mas não possui o mesmo sentido na França, tanto que foi  traduzida como “escrava”, fato que originou a polêmica.

Uma petição online intitulada “A escravidão não é moda”, havia recolhido nesta segunda (4) quase três mil assinaturas.  “Estas joias em formato de correntes fazem da escravidão um objeto de fantasia e de moda”, dizia o texto da petição.  “A Mango banaliza tragédias… que ainda hoje afetam milhares de pessoas ao redor do mundo”, diziam.

Com a comoção gerada, a Mango pediu desculpas pela tradução equivocada:

“Lamentamos o erro na tradução. Os serviços responsáveis já foram advertidos e farão a correção imediatamente”, disse a empresa espanhola em sua conta oficial do Twitter. A marca ainda divulgou um comunicado em seu site: “A Mango não quis em nenhum caso ferir a sensibilidade de ninguém e realizou as modificações em todas as suas plataformas”.

Em 2011 a Vogue Itália também se viu em meio a um grande confusão justamente pelo mesmo motivo e ganhou repercussão nas redes sociais por conter alegadas alusões racistas. Com o título “Slave Earrings” (Brincos de escrava) apresentada em sua seção Trend, o artigo, a respeito de brincos de argola, foram descritos como uma influência do vestuário das mulheres africanas levadas a força para o sul dos EUA durante o período escravista.

O site da revista foi bombardeado com comentários de leitores enfurecidos que protestavam contra o suposto racismo e contra a “glamorização da escravidão”. O resultado disso tudo foi que a revista precisou mudar o título do texto para “Ethnic Earrings” (brincos étnicos) e Franca Sozzani, editora-chefe da publicação, também culpou a tradução pelo mal-entendido: Pedimos desculpas pela inconveniência. Foi uma questão de uma tradução muito ruim do italiano para o inglês”.


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Marca causa polêmica na França ao descrever acessório como "pulseira de escrava"