(ANSA) – Mais da metade dos uruguaios quer que o aborto seja descriminalizado, segundo uma enquete divulgada hoje pela consultora Fáctum.
A divulgação ocorre um dia após a Assembléia Geral do Parlamento não conseguir reverter o veto do presidente Tabaré Vázquez (foto) contra a Lei da Saúde Sexual e Reprodutiva, que permitiria a interrupção da gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação em condições "de penúria econômica, social, familiar ou etária".
O estudo da consultora Fáctum, divulgado pela rádio El Espectador, confirmou que 56% dos uruguaios seriam favoráveis à descriminalização do aborto se fosse realizado um plebiscito sobre o tema.
Ao mesmo tempo, 36% da população é contrária à descriminalização e 9% preferiu não opinar na enquete, que foi realizada entre 15 e 20 de novembro.
Médico oncologista, o presidente Vázquez justificou sua decisão afirmando que o aborto "aumentou" nos países onde a prática foi descriminalizada e disse que a legislação "não pode desconhecer a realidade da existência de vida humana durante a gestação".
A Igreja Católica, que comemorou o veto presidencial, havia excomungado os parlamentares que apoiaram a lei.
Cifras oficiais estimam que no Uruguai a cada ano são realizados cerca de 30 mil abortos, mas organizações não-governamentais afirmam que a cifra é ainda maior.
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