(Da redação) Depois de 12 anos à frente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), o maestro John Neschling foi demitido através de um comunicado por escrito, publicado no site da Fundação Osesp. Apesar da demissão já ser pública, o maestro só será oficialmente comunicado nesta quinta (12), quando receber a carta em suas duas residências, na Suíça e em São Paulo.
Neschling já havia manifestado seu desejo de deixar a orquestra no fim de outubro de 2010, quando venceria seu atual contrato. No entanto, uma entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, no dia 9 de dezembro, acabou sendo o estopim para sua demissão.
Na ocasião, o maestro criticou o processo de seleção de seu sucessor, que conta com a consultoria de nomes internacionais, e disse que seus problemas com a Osesp começaram em 2007, com a chegada de José Serra ao governo do estado. "Não é segredo nenhum que, mesmo antes da posse, já se falava na minha substituição. O governador não queria, não gostava, não sei o quê", disse.
A carta de desligamento é assinada pelo presidente do Conselho de Administração da Osesp, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, no documento, classifica as declarações do maestro como uma "conduta indesejável e inconciliável com o desempenho das atribuições contratuais".
John Neschling já foi diretor musical dos teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, diretor artístico dos teatros São Carlos, de Lisboa, Sankt Gallen, na Suíça, Massimo, de Palermo, e da Ópera de Bordeaux, além de regente residente na Ópera de Viena. Desde que assumiu a Osesp em 1996, a convite do então governador Mário Covas, promoveu diversas turnês e conquistou prêmios internacionais. No final de 2008, a revista inglesa Gramophone elegeu a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo como uma das três orquestras do mundo para se prestar mais atenção.
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