O autor do livro Endgame: O Chamado, o americano James Frey, prometeu que dar um prêmio de US$ 500 mil para o leitor que decifrar os mistérios da obra. “um romance do século XXI”
De acordo com a Agência Efe, Frey propõe uma competição global entre os fãs.
“Não tenho vergonha de dizer que espero vender milhões de cópias com este livro e que ele tem uma vocação comercial”, disse o autor, que lançou a obra simultaneamente nesta semana em 30 países.
“Isso não significa que eu seja um cínico que escreve pensando em uma ideia milionária. Simplesmente tentei oferecer ao leitor a coisa mais legal que veio na minha cabeça”.
Um filme, um jogo de videogame, a ajuda da geolocalização para seguir a aventura de Endgame na vida real e até 50 contas em redes sociais vêm criando uma legião de admiradores há um ano, para aquecer a promoção da obra.
Agora, o autor vai usar o recurso mais polêmico: o de espalhar pistas pelas páginas para encontrar esses US$ 500 mil, por poder ser interpretado como “uma ação desesperada para atrair um leitor que está cada vez mais entediado”.
“O dinheiro é meu. Poderia ter colocado ele em um fundo de investimentos, tê-lo guardado para os estudos dos meus filhos”, se defendeu o autor.
“Não me importa os motivos que levarão as pessoas a ler meu livro, desde que o leiam e desfrutem da história”, disse Frey, que garantiu que o mistério presente na obra é “incrivelmente difícil” de ser solucionado (a editora estima que, no melhor dos casos, levará cerca de nove meses para relacionar as provas) e que não sabe qual será o perfil de leitor que irá consegui-lo.
“Tomara que seja um senhor checo de 80 anos ou uma mulher de 70 em Sevilha (Espanha). Estou convencido que vamos nos surpreender”, afirmou.
Apesar de toda a parafernália que cerca o “Endgame”, Frey considera que, na realidade, não passa de “uma história e personagens que prendem o leitor, que o fazem sofrer, se assustar, emocionar. Um livro de cabeceira para ler todas as noites”, disse.
A obra conta a história de 12 linhagens milenárias que lutam entre si para sobreviver, escolhendo um representante que esteja preparado para uma catástrofe iminente.
Uma dúzia de civilizações antigas das quais Frey faz um resumo histórico, “não com a intenção de ensinar, mas de entreter” e que o autor ficaria encantado, caso o livro seja responsável por “levar alguém a querer saber mais sobre elas”.
Além disso, Frey decidiu não incluir entre essas civilizações o mundo de hoje. “O mundo de hoje é uma ruína. É fascinante, terrível. Mas suponho que nem mais, nem menos, de como o mundo sempre foi”, garantiu.
No entanto, assegurou, apesar de as aventuras sempre o levarem a outras épocas (seu escritor favorito é Alexandre Dumas, especialmente seu livro “O conde de Montecristo”), sua vida, nos dias atuais, não é menos trepidante.
“A vida tem que ser assim, uma aventura em si mesma. E este projeto foi o mais arriscado, frenético e aventureiro que já fiz”, concluiu.