Está longe de ser uma solução, mas aplicativos de transporte particular que funcionam com exclusividade para mulheres estão cada vez mais pintando como uma medida paliativa e necessária para enfrentar os crescentes números de assédios nesse setor.
Só em São Paulo são quatro casos de assédio sexual nos meios de transportes públicos por semana, isso contabilizando aqueles que são formalmente registrados e denunciados. Entre 2013 e 2016, o número de denúncias saltou de 23 para 219 nos trens do Metrô e da CPTM, segundo dados disponíveis pela Lei de Acesso à Informação.
Recentemente, a escritora Clara Averbuck teve suas partes íntimas tocadas por um motorista da Uber. Neste domingo (10), uma passageira relatou ter sido xingada e ameaçada por um profissional cadastrado na plataforma da 99.
Também a bordo de um Uber, uma mulher disse ter sido estuprada no dia 18 de dezembro de 2016 em Curitiba, no Paraná. Ela alegou ter sido forçada a transar com o motorista sob a ameaça de uma arma de fogo e uma arma de choque. O caso foi registrado na Polícia Civil.
Por isso, se fechar com motoristas mulheres tem sido visto como uma saída segura para muitas garotas que dependem desse meio de transporte nas madrugas e noites nas cidades pelo Brasil. Mas o serviço ainda é escasso nesse sentido.
Abaixo, nós listamos algumas alternativas que podem ser consideradas.
Exclusivo para taxistas mulheres, o FemiTaxi é direcionado ao público feminino e funciona na Grande São Paulo e em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele está disponível nos sistemas iOS e Android e já conta com mais de 4 mil usuárias. Há também a opção de “crianças desacompanhadas” no app, mas este serviço precisa ser solicitado com antecedência.
O serviço opera apenas no Rio de Janeiro e atende sistemas iOS e Android. As moças andam em táxis comuns, que possuem um adesivo rosa para identificação.
99 para motoristas mulheres
A 99 também possui uma opção para motoristas mulheres em seu sistema. Esse serviço permite apenas passageiras do sexo feminino e homens até 12 anos de idade acompanhados de uma responsável. A modalidade existe apenas em SP e no Rio e há um tempo maior de espera do que o modelo comum, mas tem se popularizado e crescido nos últimos meses.
O app foi lançado em julho pela CEO Gabriela Correa, que foi vítima de assédio por um taxista. A ferramenta encontra-se disponível, por enquanto, apenas em São Paulo e Guarulhos, com 8 mil profissionais cadastradas. O objetivo próximo é expandir para o Rio de Janeiro.
O novo aplicativo está em fase de cadastramento de motoristas e operará apenas na capital paulista inicialmente. O sistema é exclusivo para mulheres e homens de até 12 anos de idade.