O surgimento de uma campanha de jornalistas denunciando o assédio sexual que sofrem no exercício da profissão fez com que diversas outras profissionais tomassem coragem para contar suas histórias. A página Jornalistas Contra o Assédio já ultrapassou a linha das 10 mil curtidas e segue crescendo e, nesta quarta-feira (22), um tuitaço com a tag #jornalistascontraoassédio está reunindo diversos casos constrangedores e traumatizantes.
A campanha surgiu motivada pela indignação que tomou as mulheres da profissão após a repórter do portal iG ser demitida semanas depois de ter denunciado o cantor Biel por assédio. A entrevista, gravada em áudio e vídeo, mostra o MC ofendendo a abusando sexualmente da jornalista com palavras em diversos casos.
As histórias compartilhadas vão desde casos discretos, desmerecedores, até insinuações claras e contatos físicos em entrevistas e redações. Nós separamos 14 relatos para você entender um pouco a razão de toda essa campanha.
“Com esse decote vc vai longe” (não tinha decote) #jornalistascontraoassédio
— Julianna Granjeia (@judinanina) June 22, 2016
“E essa covinha linda? É de pai ou de mãe?”, disse conhecido político para mim #jornalistascontraoassédio — Maria Teresa Cruz (@tetecruz) June 22, 2016
“vc é bonita, mas muito brava”. meu caro, só quero te entrevistar. não é concurso de miss. #jornalistascontraoassédio
— Tatiana Vasconcellos (@tavasconcellos) June 22, 2016
“Bonita e repórter de futebol? Quer sair na Playboy, né?” #jornalistascontraoassédio — Marília Ruiz (@mariliaruiz) June 22, 2016
“Fica com meu cartão. Depois dessa matéria te passo + infos se gente for jantar fora, tomar alguma coisa juntos.”#jornalistascontraoassédio
— Rita Lisauskas (@RitaLisauskas) June 22, 2016
Tinha 18 anos recém-completados, minha 1a entrevista, entrevistado me convidou pra voltar pro hotel com ele #jornalistascontraoassédio — giovana 2.0 (@TheRealGiovana) June 20, 2016
“Nossa, você já era linda, mas agora está maravilhosa” – operador de som, quando emagreci #jornalistascontraoassédio
— Bruna Abrusio (@itsmeBrubs) June 22, 2016
“Podemos fazer a entrevista dentro do meu carro” #jornalistascontraoassédio — Fernanda Lopes (@feernandalopes) June 22, 2016
Repórter de saia/vestido. Fotógrafo: “se a perna é lisinha assim, imagine lá”.#JornalistasContraOAssédio
— Priscila Vanti (@PriscilaVanti) June 22, 2016
Um chefe me viu no corredor, me chamou pelo nome e disse: essa calça fica mto bem em você, principalmente a bunda #jornalistascontraoassédio — Isabela Sperandio F. (@Isasperandio) June 22, 2016
Trabalhei um tempo na OAB. Meu chefe era um velho, nunca vi mal nisso. Até que ele passou a mão na minha perna. #jornalistascontraoassédio
— Bruna Abrusio (@itsmeBrubs) June 22, 2016
Repórteres no café conversando. Chefe homem se aproxima: “Qual o motivo do motim? Mulher qdo se junta…” #JornalistasContraOAssédio — Priscila Vanti (@PriscilaVanti) June 22, 2016
Ser tocada na mão, no braço, na perna, no rosto, enquanto está fazendo uma entrevista. #JornalistasContraOAssedio
— Priscila Vanti (@PriscilaVanti) June 22, 2016
Mulher bonitinha, tem um jeitinho e consegue mais informações #jornalistascontraoassédio — Priscilla Garcia (@pri_fgarcia) June 22, 2016