A partir desta segunda-feira, mais de 100 mil casais gays norte-americanos poderão se casar dentro dos próximos três anos na Califórnia (oeste dos Estados Unidos), graças a uma decisão da Suprema Corte de Justiça do Estado que regulariza os casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Apesar do avanço, Washington ainda não reconhece os direitos homossexuais e, por isso, os gays não poderão receber benefícios sociais do governo federal.
Estimativas apontam que mais de 50 mil casais californianos se casarão e outros 67 mil deverão viajar ao estado para se casar. Um estudo da Universidade da Califórnia (Ucla) mostra que o fenômeno injetará muito dinheiro nas indústrias que giram em torno das bodas e do turismo.
Além disso, os pesquisadores calculam que a onda de casamentos gays deixará cerca de US$ 63 milhões nos cofres públicos locais do estado. A Califórnia, diferente de Massachussets, permitirá que gays de outros estados se casem ali. Vermont, Nova Jersey e Connecticut também permitem a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Mas a decisão da Suprema Corte californiana não parece ter tido grande impacto nos círculos políticos de Washington, pelo menos até agora. O governo federal, que se encarrega de recolher e distribuir a maior parte dos impostos nos Estados Unidos, ainda não reconhece os direitos dos casais gays, que saem prejudicados, pois eles e seus filhos não terão acesso aos benefícios do seguro social, dos programas de alimentos e de habitação que os heterossexuais recebem.
Se, em 2004, o tema foi um dos eixos da campanha de Bush, que se juntou aos conservadores religiosos para varrer a possibilidade do casamento gay em mais de 10 estados, agora é o candidato presidencial republicano John McCain que se mostra contrário ao direito homossexual. Já o rival democrata, Barack Obama, apóia a questão, mas tem sido muito cauteloso ao falar do assunto.
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