Rehan Staton com o irmão mais velho Reggie

O estudante Rehan Staton costumava trabalhar como coletor de lixo em Maryland, nos Estados Unidos. Com problemas financeiros, uma carreira no esporte frustrada e diversas respostas negativas das faculdades, ele quase desistiu. Mal sabia ele que, anos depois, estaria em grandes veículos de comunicação: em 2020, o jovem foi aceito no curso de direito de Harvard e de outras quatro grandes universidades.

Agora, Staton se prepara para começar as aulas no segundo semestre.

O rapaz de 24 anos sempre foi inteligente e talentoso, mas viver sem estabilidade financeira e com uma incerteza se irá comer no dia seguinte chega a derrubar qualquer um.

A família de Staton teve uma “vida normal” até seus oito anos de idade, quando a mãe saiu de casa e mudou de país. Desde então, o pai enfrentou dificuldades para criar sozinho os dois filhos. De escolas particulares e rotina pacata, os meninos logo caíram em outra realidade, em que nem sabiam se teriam o que comer.

O estudante lembra que seu desempenho acadêmico decaiu na sétima série: “eu não me alimentava todos os dias e meu pai trabalhava em período integral. Às vezes nem tínhamos eletricidade em casa”, contou à rede de notícias CNN.

Staton conseguiu retomar seu bom desempenho eventualmente e se dava bem nos esportes. Chegou a sonhar em ser boxeador profissional, mas foi impedido no último ano do colégio, após sofrer uma fratura no ombro.

Ao se candidatar a outras faculdades, ele foi negado em todas. “Então acabei indo trabalhar como coletor de lixo”, explica.

Apesar de muitos acharem que este foi o “ponto baixo” de sua vida, ele refuta. “Foi a primeira vez na minha vida que as pessoas estavam me motivando apenas por me motivar e não porque eu era bom nos esportes”, ele lembra.

Seus colegas de trabalho, exceto um dos gerentes, eram ex-presidiários. Foram eles que o incentivavam a não desistir da universidade e conversaram com o filho do dono da empresa sobre “um jovem rapaz inteligente” da equipe. Esses colegas abriram a porta para Staton, que foi abraçado pelo empresário e então apresentado a um professor da Bowie State University.

O estudante conseguiu ser aceito na instituição e após dois anos se transferiu para a Universidade de Maryland, onde se formou em 2018.

Staton se diz grato aos homens que trabalharam com ele coletando lixo porque acreditavam em seu potencial.

Neste ano, ele foi aceito no curso de direito de Harvard, onde estudará, e também em Columbia, Pepperdine, Universidade da Pensilvânia e Universidade do Sul da Califórnia.

“Quando eu reflito sobre minhas experiências, gosto de pensar que fiz o melhor da pior situação. Cada tragédia que enfrentei me fez sair da minha zona de conforto. Mas eu fui muito afortunado por ter um sistema de apoio para me ajudar a prosperar diante dessas dificuldades”, afirmou.

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A ideia é de Chase Neyland-Square, que organizou um espaço para acomodar doações de roupas e materiais escolares para alunos carentes. Sua ideia é que "todos se sentissem iguais" Créditos: Reprodução/WAFB

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Jovem que trabalhava como lixeiro é aceito em Harvard e outras 4 universidades

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