O jornal El País também não poupou críticas à produção do biocombustível. Em artigo publicado no início desta semana, o periódico destacou possíveis efeitos danosos da energia renovável, como o aumento do preço de alimentos e a dependência de multinacionais.
Segundo a reportagem, os biocombustíveis não contribuem para lutar contra a mudança climática, que provocam graves impactos ambientais em regiões de alto valor ecológico (Indonésia e América do Sul, principalmente), que alteram o preço dos alimentos e que estabelecem um modelo agrícola de exploração de trabalho e alta dependência de grandes multinacionais.
O professor da UnB, José Walter Bautista, discorda sobre os efeitos da produção da energia renovável. Para ele, diferentemente dos combustíveis fósseis, os combustíveis líquidos são positivos. O professor também destacou que a produção do etanol não toma a terra destinada aos alimentos, já que o aumento da demanda ocupa apenas áreas ociosas.
O motivo dos questionamentos sobre a garantia ambiental oferecida pelos biocombustíveis, para Bautista, tem relação direta com interesses políticos e financeiros dos Estados Unidos. Eles (norte-americanos) não tem interesse em energias renováveis ocupando o espaço tropical. Então, eles atacam, explica o professor.