O trauma de perder um filho não parece ser grande o suficiente para militantes antivacinas. Uma reportagem da CNN expôs o drama de diversas mães norte-americanas que vêm sendo ameaçadas e perseguidas virtualmente por membros desses grupos. Além de serem xingadas, são acusadas de terem matado os próprios bebês e leem que merecem passar por isso.
O site apurou que essa é uma tática relativamente comum contra mães, médicos e professores. Jill Promoli acredita que os ataques ocorrem na tentativa de silenciar pessoas que possuem fortes argumentos do porquê crianças devem ser vacinadas.
A canadense perdeu o filho Jude McGee, de dois anos, em decorrência de uma gripe muito forte e começou uma campanha de prevenção da doença, incentivando a vacinação – o que atraiu a ira de pessoas que são contra essa medida. Jill foi bombardeada com mensagens que a acusavam de ter assassinato o filho ou que apontavam a vacina como culpada. Mas o que a pegou de surpresa foi quando alegaram que a militante só queria que outras crianças fossem vacinadas para que morressem e os pais sentissem a mesma dor que ela.
“Me pegou desprevenida, é uma crueldade. Que tipo de pessoa faz isso?” Apesar de ter ficado balançada com os ataques, ela não desanimou. “Fazer nosso trabalho significa que outra pessoa não terá que planejar o funeral de seu filho”.
Três pediatras que militam a favor das vacinas precisaram providenciar escoltas ao falarem em público: Peter Hotez, Richard Pan e Paul Offit, que chegou até a guardar as ameaças como provas. “Caso alguém me mate, minha esposa pode entregar à polícia”, relata à CNN.
O site norte-americano entrou em contato com Larry Cook, fundador do movimento ‘Stop Mandatory Vaccination’ (‘Parem a Vacinação Compulsória’ em tradução livre), que por e-mail não chegou a negar a onda de ataques, mas acredita que o número de membros fazendo isso seja ínfimo. Em contrapartida, denunciou que muitos colegas ativistas são alvos de ódio e que “policiais até bateram na porta de alguns dos membros”.
Já Del Bigtree, chefe executivo de outro grupo antivacina acredita que as ações são obras de ‘infiltrados’. “Digo a todo mundo que devem olhar para a pessoa com quem estão falando e aqueles do lado oposto da discussão e reconhecer que eles também se importam com as crianças”.