(EFE) A inesperada reviravolta que teve o caso da brasileira Paula Oliveira, supostamente vítima de um ataque racista em Zurique (Suíça), deixou desconcertadas as autoridades do Brasil.

Hoje, numa entrevista coletiva convocada pela Polícia, um legista suíço disse que a brasileira se mutilou e que não estava grávida quando sofreu a suposta agressão.

As declarações do perito fizeram com que, no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Itamaraty e a imprensa mudasse a forma como vinham tratando o caso.

Paula Oliveira, de 26 anos e bacharel em direito, denunciou que foi atacada por três skinheads quando ia para casa na última segunda-feira.

Ainda segundo ela, que apareceu com várias partes do corpo com cortes produzidos por um estilete, a agressão a fez perder os gêmeos que esperava havia três meses.

No entanto, o que parecia uma nova evidência da xenofobia na Europa passou a ser encarado com cautela.

"Essas coisas podem acontecer e devem ser conduzidas de maneira sigilosa. Vamos esperar que haja um anúncio oficial da Polícia suíça", disse Lula quando os jornalistas lhe pediram uma nova opinião sobre o caso.

O presidente disse que não podia se "aprofundar" porque as informações que recebeu do chanceler Celso Amorim indicam que "o caso está sendo levado muito a sério pela Polícia suíça".

Ontem, porém, o mesmo Lula havia dito: "Não podemos ficar calados diante de semelhante violência".

Amorim, por sua vez, tinha classificado a agressão como "grave e chocante", e o Governo prometera levar o caso ao Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU.


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Governo muda tratamento de caso de brasileira na Suíça

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