Os opositores à lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo convocaram para este domingo uma nova grande manifestação em Paris, a dois dias de os deputados votarem a adoção definitiva desta promessa eleitoral do presidente francês, François Hollande.
Os convocantes querem reunir, a partir das 14h30 (horário local, 10h30 de Brasília) entre 30.000 e 50.000 participantes, longe dos números das outras duas grandes manifestações, que segundo suas contas superaram o milhão de presentes, números que a Polícia situa em torno dos 300.000.
Mas para os organizadores o número não é importante, já que asseguram que esta nova manifestação foi convocada quase sem tempo, como resposta à decisão do Executivo de acelerar o calendário parlamentar de adoção da lei.
Seu desafio, assinalam, é evitar que a manifestação degenere em atos violentos, como vem acontecendo nos últimos dias com as concentrações convocadas em frente à Assembleia Nacional, o que está manchando a imagem do movimento.
A chegada de grupos de extrema-direita fez com que nas últimas manifestações se multiplicassem os confrontos com as forças da ordem e as detenções, que já somam mais de 200 nos últimos dias.
Os convocantes contrataram um serviço de ordem profissional para evitar estas ações e pediram aos grupos radicais que não participem da concentração.
Asseguram que identificarão os violentos e os denunciarão à Polícia.
O Governo, por sua vez, também teme que a manifestação degenere em atos violentos, por isso que mobilizou um desdobramento excepcional de forças da ordem, com até mil agentes.
Particularmente temido é o final da manifestação, previsto na esplanada dos Inválidos da capital francesa.
Alguns grupos radicais já anunciaram através das redes sociais que não respeitarão o pedido de se dissolver após a manifestação.
Mas apesar do risco de atos violentos, os organizadores consideram que o protesto na rua é o último recurso que lhes resta perante uma lei que enfrenta sua reta final parlamentar.
Em resposta a esta convocação, grupos de homossexuais fizeram uma chamada para se concentrar na praça da Bastilha contra a homofobia, após ter detectado um aumento de 30% de atos homofóbicos desde que começou o debate sobre a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo