Infelizmente, os tempos ainda são sombrios para grupos minoritários e pessoas avessas aos muitos padrões tradicionais da sociedade. A compreensão da orientação sexual como uma espécie de transtorno, por exemplo, persiste na cultura de muitas famílias. Para elas, “cura gay” existe e deve ser incentivada, ainda que à força.
A fotógrafa Paola Peredes resolveu transformar a experiência em uma clínica de tratamento para homossexuais, no Equador, em um forte e corajoso ensaio de fotos com algumas das piores violências cometidas neste espaço.
Disfarçada, a fotógrafa de 31 anos testemunhou violações desumanas e inadmissíveis. Os internos da clínica eram violentados, agredidos, forçados a rezar e a cuidar da limpeza do espaço, cem condições análogas à escravidão.
Paola explica que, na verdade, essa e outras clínicas afirmam cuidar de vícios relacionados a álcool e drogas, mas o real propósito é muito mais assustador do que isso. Além de registrar áudios da clínica em questão, a fotógrafa conversou com pessoas que foram internadas no Equador e recriou, a partir dos relatos, momentos de tortura e humilhação que ficaram marcados na memória.
Ela está com uma campanha ativa em uma plataforma de financiamento coletivo para prevenir o surgimento de novas clínicas de abuso e violência a homossexuais. De acordo com Paola, só no Equador são cerca de 200 estabelecimentos do gênero.
As fotos são fortes.
Fotos recriam horror de clínicas de 'cura gay' no Equador
Créditos: Paola Peredes