O México se despede nesta segunda-feira de Gabriel García Márquez, morto na quinta-feira na capital do país, com uma homenagem aberta aos admiradores e que incluirá compassos de Bartók e a música típica vallenato, além das flores amarelas que viraram uma marca do escritor.

Todos os jornais da imprensa local expressam o luto e lamentam a morte do autor em suas reportagens de capa.

Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do México, Enrique Peña Nieto, estarão presentes no ato que acontecerá no Palácio de Belas Artes, na Cidade do México, a partir das 16h locais (18h de Brasília).

O palácio, no centro histórico da Cidade do México e um dos principais pontos turísticos da capital, serviu de palco para a despedida de várias personalidades das artes, nascidas no país ou que o escolheram para viver.

Segundo a diretora do Instituto Nacional de Belas Artes (Inba), María Cristina García Cepeda, as cinzas de Gabo serão depositadas no vestíbulo do palácio no início da tarde e ficarão lá por três horas.

A diretora do Inba assinalou que os compassos do húngaro Béla Bartók se unirão aos ritmos do vallenato, como homenagem a um homem que, segundo seus amigos, era fanático por música e que gostava cantar e dançar.

A cerimônia será enfeitada por uma profusão de flores amarelas, as preferidas do autor de “Relato de um náufrago”, que costumava usá-las para enfeitar sua lapela quando aparecia publicamente em algumas ocasiões, como a data de seu aniversário, 6 de março.

Além de Santos, não foi divulgado outras personalidades confirmadas nos atos de amanhã.

Não está totalmente confirmado o que acontecerá com as cinzas de García Márquez. Na sexta-feira, o embaixador da Colômbia no México, José Gabriel Ortiz, disse que a intenção é que se dividam entre os dois países.

Mas após falar com a viúva de Gabo, Mercedes Barcha, Ortiz declarou aos jornalistas que, em todo caso, será a família que, no final, decidirá como e onde ficarão as cinzas.

A família terá que dizer também o que será feito com uma obra que García Márquez estava escrevendo, “Em agosto nos vemos”, disse hoje à imprensa local Cristóbal Pera, da editora “Random House”.

Pera não deu detalhes sobre a obra, na qual aparentemente estava trabalhando o prêmio Nobel na última etapa de sua vida.

Segundo foi anunciado em Bogotá, depois da homenagem no México, a Colômbia fará outra, na terça-feira, na Catedral Primada de Bogotá, em um ato conduzido pelo presidente Santos.


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Flores amarelas, ritmo vallenato e Bartók marcarão adeus mexicano a Gabo

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