Show da Blitz na segunda noite do projeto Circo Voador – Exagerado 30 anos, no Arpoador.

Colaboração: Bruna Senos

Um dos grandes motes do retorno do Circo Voador ao Arpoador foi a conscientização da população em relação a Aids. O evento, que homenageou Cazuza e celebrou os 30 anos do lançamento de seu primeiro single solo, a música Exagerado, foi marcado por discursos de conscientização e a distribuição de preservativos ao longo das três noites.

Para o empresário Luiz Calainho, embora as perspectivas de vida dos portadores de HIV tenham evoluído, falar sobre a Aids abertamente continua sendo essencial: “O HIV, num certo sentido, hoje em dia, é controlável. Só que aí a moçada entrou na pilha de que está tudo bem, e não se cuida. Não é bem assim”, pondera ele, que é um dos organizadores do evento. “Tem que fazer sexo seguro, porque não é tudo bem ter que tomar um coquetel todo dia, não é tudo bem ser um potencial transmissor de uma doença que, infelizmente, ainda mata. Isso foi um ponto muito importante para a gente na organização do evento”, explicou.

Show da banda Dônica na segunda noite do projeto Circo Voador – Exagerado 30 anos, no Arpoador.

Os integrantes da Dônica, banda mais jovem a se apresentar no Circo, concordam: “A minha geração tem uma relação totalmente diferente com a Aids, até por ter a consciência que existe um tratamento que dá qualidade de vida ao portador do vírus. Mas isso é até perigoso, porque as pessoas estão mais descuidadas, porque elas não têm tanto medo da doença. É bom falar sobre isso”, opina o vocalista José Ibarra.

O veterano Evandro Mesquita, que estava no Circo Voador de 1982 e viu de perto a chegada da doença, corrobora a opinião do novato: “Foi terrível a chegada da Aids, há 30 anos. Levou vários amigos, artistas, pessoas maravilhosas… Graças a Deus, hoje em dia estamos com mais consciencia disso, mas é sempre bom um evento como esse relembrar a importância de se cuidar e se previnir”, avalia.

O baterista João Barone, que tocou com a banda Todos Envolvidos no primeiro dia de Circo Voador no Arpoador, lembra que falar sobre o tema é importante para acabar com o preconceito em relação aos portadores da doença: “O Brasil tem um dos sistemas mais desenvolvidos do mundo de apoio e controle da doença, e hoje em dia ser portador do HIV não é mais uma sentença de morte. Isso é positivo, eu acho que a ignorância e o preconceito em relação aos portadores da doença já diminuiu, e isso é um ponto a se comemorar. Mas ainda é importante sempre falar sobre o assunto para tentar acabar de vez com o estigma da Aids mesmo”.

Circo Voador no Arpoador - terceiro dia

show da banda Nove Zero Nove
Créditos: Pedro Carrilho

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Fim de semana de Circo Voador no Arpoador lembra a importância da conscientização no combate a Aids

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