(Da redação) – Fora da mostra competitiva do 59º Festival de Berlim, o cineasta brasileiro José Padilha conseguiu calar o público com a exibição de seu documentário “Garapa”, na tarde de quarta-feira (11). O filme, integrante da seção Panorama, impressionou uma plateia majoritariamente europeia com um retrato da fome no nordeste do Brasil.

O documentário foi realizado antes de “Tropa de Elite” – vencedor do Urso de Ouro no ano passado – mas só está sendo lançado agora. Mostra a vida de três famílias cearenses, duas delas morando em vilarejos no sertão e uma nos arredores de Fortaleza. O nome, “Garapa”, se refere à mistura de água e caldo de cana que as mães dão às crianças para tentar enganar a fome.

O diretor disse que não tem uma resposta ideal sobre o que fazer para acabar com o problema, mas que seu papel, no caso, é mostrar a realidade. No entanto, Padilha foi questionado sobre uma interferência no documentário, já que entregou um remédio para dor de dente a um dos entrevistados. “Naquelas circunstâncias, não poderia simplesmente me omitir, eu tinha que ajudar; quando se está ali, vendo aquela situação, é difícil não querer fazer alguma coisa”, explicou, ao conversar com jornalistas presentes no festival alemão.

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Filme de José Padilha é recebido com silêncio em Berlim

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