As hashtags #ACulpaNuncaÉDaVítima e #FimDaCulturaDoEstupro têm tomado a internet e as ruas como forma de discutir sobre a triste e presente cultura da violência sexual no Brasil. O assunto ganhou força depois que uma jovem de 16 anos sofreu um estupro coletivo por 33 homens em um morro do Rio de Janeiro. A brutalidade do crime, o desenrolar do caso e a postura machista de parte da opinião pública chocou o País.
Desde então, a campanha online tem unido famosos e anônimos pela proteção das mulheres com a clara mensagem de que, independente da roupa, quantidade de álcool ingerido ou cor do batom, a responsabilidade deste crime absurdo é única e exclusivamente do homem que o comete.
A atriz Emma Watson, conhecida por suas campanhas pelas mulheres, se uniu à nossa causa tweetando em português. A fanpage brasileira da série americana Gilmore Girls fez um vídeo explicando que, acima de tudo, as mulheres devem conceder direito ao seu corpo. Clubes de futebol, cantoras e atrizes também manifestaram indignação em como o estupro ainda é tratado na nossa sociedade.
Cultura de estupro no Brasil
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2014, uma pessoa é estuprada no Brasil a cada 11 minutos. O número é chocante por si só, não fosse um detalhe ainda pior: apenas 35% dos casos são notificados. Ou seja, esta estatística é muito maior do que parece. Ainda de acordo com o levantamento, 90% das mulheres andam nas ruas com medo de sofrerem violência sexual.
Uma outra pesquisa mostra que esta cultura do estupro é a responsável por números tão alarmantes. Um estudo do Ipea, também de 2014, concluiu que a maioria dos brasileiros ainda pensa que a culpa de ser violentada é da vítima, já que 65% dos entrevistados concordam que mulheres que usam roupas que mostre o corpo merecem ser atacadas. E 27% pensam que as mulheres devem satisfazer os desejos sexuais do parceiro mesmo que ela não queira.
Redes sociais
Nas redes sociais, as pessoas estão se mobilizando em favor da causa e mudando a foto do perfil. Para fazer a troca e participar da campanha, acesse o link.
Famosos e anônimos contra a cultura do estupro
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