A rede social mais usada do mundo, o Facebook, aceitou na terça-feira (16) se reunir nesta quarta-feira (17) com representantes da comunidade drag queen na Prefeitura de San Francisco (EUA) para tratar sobre a política de identidade da empresa, que exige aos usuários utilizar seu nome real.
Em suas respectivas páginas no Facebook, a drag queen Sister Roma, ícone transgênero de San Francisco, e David Campos, membro da junta de supervisores do condado de San Francisco, muito envolvido na luta desta comunidade, se felicitaram pela disposição da rede social de tratar o assunto diretamente com as pessoas interessadas.
“Boas notícias! Facebook aceitou nosso convite para ter um diálogo com as drag queens e os membros da comunidade transgênero que são afetados por sua política sobre nomes de perfil”, indicou Campos.
Na semana passada, vários usuários do Facebook nos Estados Unidos denunciaram que suas contas tinham sido bloqueadas com a indicação que não voltariam a estar ativas até que estes mudassem o pseudônimo que utilizavam por seu nome real, “aquele que aparece na carteira de motorista ou no cartão de crédito”.
O Facebook redobrou durante os últimos dias seus esforços para conseguir que todos seus usuários se identifiquem na rede por seus nomes reais, algo que a companhia tenta desde que começou a atuar, e fazer assim da rede social um lugar mais transparente no qual ninguém possa se refugiar no anonimato
No entanto, esta política choca frontalmente com o desejo de uma multidão de usuários de não entregar seus dados ao gigante das redes sociais, assim como com os interesses da comunidade transgênero, que utiliza habitualmente um nome que não corresponde ao oficial.
Esse é o caso de Sister Roma, membro das Sisters of Perpetual Indulgence (Irmãs da Indulgência Perpetua), que assegura que muita gente a conhece apenas por este nome, que vem usando invariavelmente durante os últimos 27 anos.
Antes de o Facebook aceitar dialogar, Sister Roma e outras drag queen de San Francisco tinham iniciado uma campanha na internet para se manifestarem perante a sede da empresa em Menlo Park (Califórnia), uma iniciativa que agora foi “adiada”.