No último domingo (17), o Fantástico exibiu uma reportagem sobre um jogo de azar da plataforma Blaze e expôs diversos influenciadores digitais que divulgavam o aplicativo.
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O psicólogo Alexander Bez explica que jogos contínuos virtuais, que são incentivados por influenciadores, criam uma espécie de “esperança virtual”, que na realidade se faz irreal, aumentando consideravelmente o desespero da pessoa que sente a necessidade de ganhar e não ganha.
“Acontecem as manifestações psicológicas mais graves da ansiedade, nesses casos, decorrentes de um stress específico”, analisa o especialista.
Alexander leva em consideração três principais modos de jogo e aposta:
Jogo Habitual: O Jogo Habitual é o que a pessoa joga habitualmente, fazendo parte da sua rotina. Nesse caso, a quantia usada para jogar já é separada, não interferindo em seu montante mensal, nem acumulando dívidas. O indivíduo já tem jogos prontos para algumas apostas, sendo assim uma atividade normal, entendida como uma chance de mudar de vida.
Jogo Ocasional: Já o Jogo Ocasional se refere exclusivamente a jogos esporádicos e apostas isoladas, não se aplicando a pessoas que mantêm uma conduta frequente de jogo, já que a quantidade de jogos realizados considerada nesse caso é próxima a zero.
Jogo Compulsivo: O terceiro e último tipo, o Jogo Compulsivo, é o pior tipo, à medida que envolve a patologia de transtorno de controle do impulso, sendo considerado psicologicamente como “Jogo Patológico”.
Em relação as casas de apostas virtuais, o psicólogo diz: “Você não pode jogar presencialmente de madrugada, por exemplo, mas pode jogar em algum site de apostas a qualquer hora, o que facilita. Então, são muitas as nuances que diferenciam apostar presencialmente numa loteria e virtualmente”.
De acordo com o doutor, “as casas de apostas virtuais são um grande problema no âmbito dessas questões obsessiva-compulsivas”, já que impulsionam propositalmente a facilidade ao jogo àquela pessoa que tem a constituição do jogo patológico como condição mental.
Bez fala que os jogos de apostas, psiquiatricamente explicando, não são compreendidos como vícios, mas sim como uma das muitas vertentes de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo).
Sobre a influência de perfis na internet, o psicólogo explica que toda compulsão começa na mente. Dessa forma, as ações de incentivo ao determinado site para jogar, feitas pelos influenciadores, é algo negativo e contraproducente à saúde das pessoas que já estão debilitadas pela compulsão do jogo psicológico, já que, assim, sua obsessão será constantemente ativada.
“Chega um momento que a mente não pensa mais em ser gratificada com as premiações, mas especificamente com a ação de jogar, para as pessoas que têm obsessão-compulsão do “jogo patológico”. No mundo das obsessões-compulsões, a gama de ações são amplas e acumulativas”, finaliza Alexander.
Os Jogos Patológicos são tratáveis e até mesmo curáveis, desde que haja tratamento correto. O especialista indica a psicoterapia psicanalítica e, se receitados, ansiolíticos. Além de psicoterapia de apoio para tratar a ansiedade junto com a falta de controle de impulso.
Outras atividades de grande importância, de acordo com Bez, são:
- Apagar todos os aplicativos relacionados a jogos de aposta dos dispositivos eletrônicos;
- Manutenção psicoterápica;
- Ter um sono adequado, de 7 a 8 horas por dia;
- Realizar atividades sociais;
- Praticar atividade física;
- Viajar, contanto que não haja nada relacionado a cassinos e jogos de aposta.