O desabafo da escritora gaúcha Clara Averbuck começa com uma triste afirmação: ela virou, mais uma vez, parte de uma estatística assustadora em São Paulo. Clara afirma ter sido estuprada por um motorista do Uber na madrugada da segunda-feira, 28 de agosto.
O relato, postado originalmente no perfil da escritora, afirma que o motorista havia se aproveitado do estado de embriaguez de Clara para colocar um dedo em sua vagina, à força, sob o pretexto de ajudá-la a sair do carro.
“Eu queria chamar de ‘tentativa de estupro’, mas foi estupro mesmo. Tava bêbada? Tava. Foda-se. Não vou incorrer no mesmo erro de quando eu era adolescente e me culpar”, desabafa a escritora.
Qualquer ato libidinoso com uso de força e violência, além da conjunção carnal, é considerado estupro pelo Código Penal. Clara, no entanto, não sabe se levará o caso à Delegacia da Mulher, já que o descrédito a vítimas de abuso sexual é desencorajador.
“Estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. A culpa não é minha. Eu sei. A dor, a raiva e a impotência também não me largam. Estou falando tudo isso para que todas as que me leem saibam que pode acontecer com qualquer uma, a qualquer momento, e que o desamparo e o desespero são inevitáveis”.
Procurada, a Uber afirmou que o motorista foi banido do aplicativo.
Leia o relato na íntegra: