(Da redação) A Justiça do Paraná concedeu uma liminar que garante a permanência de 11 estudantes angolanos no Brasil. Eles têm entre 15 e 22 anos e estão em Curitiba (PR) desde 2001 para realização de cursos profissionalizantes, mas alguns já frequentam o ensino médio. Por serem deficientes visuais, estão abrigados no Instituto Paranaense dos Cegos, em Curitiba, entidade que solicitou a intervenção da Justiça no caso. As informações são do jornal Folha de S. Paulo

O órgão que mantém os jovens em Curitiba, a Fesa (Fundação Eduardo dos Santos), com sede em Angola, foi quem requisitou o retorno por considerar que eles já tiveram tempo suficiente para cumprir o intercâmbio. Os estudantes recusaram-se a cumprir a ordem e disseram que só vão voltar após formados em universidades brasileiras. Seis deles prestarão vestibular neste ano.

No entendimento da Justiça, os estudantes já desenvolveram vínculos afetivos no Brasil e apresentam problemas emocionais desde a notícia sobre o retorno.

Histórico

De acordo com o presidente do Instituto Paranaense dos Cegos, Manoel Cardoso dos Passos, apenas quatro dos 11 jovens angolanos tiveram famílias identificadas. Segundo ele, os outros perderam vínculos durante a guerra civil no país entre os anos 1970 e 1990. Os estudantes perderam a visão devido a doenças, como o sarampo, e ferimentos de guerra.

Bolsa de estudo

O governo do Paraná anunciou que concederá bolsas de estudos aos jovens para que concluam os estudos.

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Em intercâmbio, angolanos se recusam a volta para África

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