Há uma guerra devastando a Síria no momento em que você lê essa matéria. Por lá, há relatos de homens matando suas esposas e crianças não por crueldade, mas sim a pedido delas para evitar que sejam capturadas pelo Exército do governo do ditador Bashar al-Assad e estupradas pelos militares. Algumas dessas mulheres, segundo relatos, estão tirando suas vidas por conta própria.
No confronto sírio, especialmente em Aleppo, a ofensiva do Exército de Assad contra os rebeldes e a população síria afeta cerca de 8,4 milhões de crianças, mais de 80% delas, seja na Síria ou no exílio.
O Dr. Abou al-Baraa, cirurgião pediátrico na região, disse à revista ISTOÉ em entrevista recente que “há milhares de histórias de crianças amputadas, feridas na barriga ou na cabeça” desde 2011, além das milhares e quase incontáveis mortes de meninos e meninas durante conflitos ou tentativas de fuga.
Pouco tem sido feito por governantes e mesmo pelas pessoas de outros países em vista de criar um movimento de protesto contra o que acontece na Síria, ou mesmo uma mera demonstração de solidariedade. Um desses poucos projetos é o Drawfugees, do jornalista brasileiro e independente André Naddeo, que viajou até acampamentos de refugiados sírios na Europa e mostrou um pouco das impressões dessas crianças em relação ao confronto, a falta de esperança e os sonhos que insistem em brotar mesmo nessas situações tão adversas.
Na galeria, reunimos algumas fotos que mostram um pouco de como a guerra na Síria tem afetado as crianças, entre mortes e choques, esperanças e sonhos e a saudade de parentes que se foram ou estão a um oceano de distância tentando sobreviver a um conflito tão devastador. Mas atenção, algumas imagens são fortes e podem causar desconforto.